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Direita e esquerda têm força eleitoral em Sergipe, mas procuram referências que possam liderar seus respectivos campos

Com a falta de lideranças no campo da esquerda e da direita, os políticos que se encontram no centro governam o Estado

Por Uilliam Pinheiro

Entramos no ano de 2024 e nele será definido os rumos dos municípios sergipanos, e em especial, da capital sergipana, Aracaju. A direita e a esquerda, nos últimos pleitos, dominaram o campo do debate e elegeram vários nomes, tendo nacionalmente com os seus expoentes, Bolsonaro e Lula, respectivamente.

Em Sergipe, nas eleições 2022, a direita bolsonarista elegeu o deputado estadual Luizão Dona Trump, o deputado federal Rodrigo Valadares e o senador Laércio Oliveira, enquanto o PT elegeu o deputado estadual Chico dos Correios, reelegeu o deputado João Daniel a Câmara dos Deputados e colocou o senador Rogério Carvalho no segundo turno na disputa ao Governo de Sergipe. Ainda no campo da esquerda, o PSOL elegeu Linda Brasil como deputada estadual.

Por si só, os resultados mostram que ambos os campos ideológicos obtiveram resultados significativos, mas aqui cabe um destaque a direita sergipana. Anterior a 2018, a direita em Sergipe não possuía tão claramente candidatos que defendesse abertamente suas ideias e crenças. Com as eleições 2018 e o surgimento do bolsonarismo, os candidatos mais à direita foram conseguindo sucesso eleitoral. A esquerda em Sergipe, desde a década 90, já tinha preenchido os corações de muitos eleitores e ampliou após os anos de 2022 com os primeiros governos do presidente Lula.

Contudo, em Sergipe, tanto a direita como a esquerda apresentam forças de mobilização e engajamento, entretanto carecem de referências que possam unificar e liderar seus grupos.

No campo da esquerda, o Partido dos Trabalhadores (PT) é o principal expoente, mas desde a morte prematura do ex-governador Marcelo Déda, o partido não conseguira encontra um novo líder que pudesse comandar a legenda e o campo ideológico da esquerda como outrora.

Em 2022, o senador Rogério Carvalho buscou unificar e liderar a esquerda numa candidatura ao Governo do Estado, mas internamente já havia rachaduras que mostraram que a unificação da esquerda em torno do nome dele não era possível. Isso ficou mais evidente após o resultado da eleição de 2022 e no ano de 2023, com vários líderes que antes caminharam com o senador petista, sendo abandonados por Rogério ou se afastando dele.

Com o isolamento e desgaste de Rogério Carvalho no campo da esquerda, o Secretário Geral da Presidência da República, Márcio Macedo, busca ocupar esse espaço. Márcio Macedo atraiu para si vários líderes e políticos como Valadares Filho, candidato a senador em 2022, a turma do Partido Verde, entre outros. Macedo tem como aliada Eliane Aquino, nome cogitado para disputar à prefeitura de Aracaju.

E se falando da eleição à prefeitura de Aracaju, fica evidente a falta de uma liderança no PT, pois o partido não tem um nome natural para a disputa. Do lado de Rogério Carvalho, se cogita a sua esposa, Candisse Carvalho, e do lado de Márcio Macedo, especula-se o nome de Eliane Aquino ou mesmo uma composição com Edvaldo Nogueira e Fábio Mitidieri.

O PSOL segue sua linha de atuação defendendo um projeto de esquerda apresentando os nomes de Niully Campos e da deputada estadual Linda Brasil.

No campo da direita, não há um partido hegemônico. A direita sergipana sempre se apresentou fragmentada e nunca tivera um partido que representasse bem seus ideais, um ponto que sempre dificultou nos processos eleitorais. Em Sergipe, vários nomes buscaram ocupar esse vácuo de liderança que a direita apresentava, como o delegado Alessandro; o ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho. O nome que se encontra nos holofotes, atualmente, é da vereadora Emília Corrêa.

A direita, com um viés mais econômico sem o componente do conservadorismo, foi representada pelo ex-governador João Alves por um período em Sergipe. Após a morte de João Alves, e com o viés do conservadorismo presente a partir de 2018, a direita sergipana ficara órfão de uma liderança.

Emília Corrêa tem a oportunidade de preencher o espaço e liderar um projeto de direita em Sergipe. Entretanto, o que pesa sobre ela é a dificuldade de aglutinar forças em torno dela formando um grupo político. Prova disso é que a própria, em entrevista ao jornalista Narcizo Machado na rádio Fan FM, disse que está disposta a ser candidata a prefeita, mas que ainda não tem definição de um partido político.

Sergipe atravessa um ciclo de mudança geracional entre seus líderes políticos. Com a falta de lideranças no campo da esquerda e da direita, os políticos que se encontram no centro – seja o centro democrático ou o centro fisiológico – governam o Estado, atualmente. Fábio Mitidieri, que representa o centro democrático, lidera um amplo grupo e um projeto de construção social liberal em Sergipe e tem plantando as bases para escrever seu nome na história do Estado.

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