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“Meu nome é limpo, leve e tem a cara do povo socorrense”, diz Clécia Carvalho sobre sua pré-candidatura a prefeitura de Socorro

A pré-candidata aponta a construção de sua pré-candidatura como uma alternativa viável, leve e de transformação para o município de Socorro que estar cansado de mudança que nada muda

Por Uilliam Pinheiro

2024, ano de eleições municipais, e o site O Caju inicia uma série de entrevistas com os (as) pré-candidatos (as) a prefeitos (as) abrindo espaço para que possam colocar seus posicionamentos e propostas para a sociedade avaliar. Neste primeiro momento, vamos iniciar com o município de Nossa Senhora do Socorro, e a nossa primeira entrevistada é a advogada Clécia Carvalho.

Clécia Carvalho tem 39 anos. Casada com o advogado João Carvalho e mãe de 04 filhos. Mora em Nossa Senhora do Socorro desde os 03 anos de idade. Ela é advogada criminalista, tendo Especialidade em Direito da Saúde, além de ser formada em Gestão Pública. Filha de Dona Gilza e Sr. Humberto, desde cedo aprendeu com os pais a ter fé em Deus, honrar os compromissos e nunca desistir dos desafios apresentados, independente da dificuldade que fosse.

Ela atuou como agente comunitária de saúde por 18 anos no município de Nossa Senhora do Socorro. Na área, foi eleita para organizar e presidir o sindicato dos Agentes de Saúde e Endemias do município em 2013, obtendo sucesso na gestão do sindicato, que se tornou referência no Estado de Sergipe e no Brasil dado as suas conquistas de direitos e avanços na carreira para a categoria.

Clécia Carvalho acredita que Nossa Senhora do Socorro precisa de uma mulher comandando o município e colocou seu nome à disposição numa pré-candidatura a prefeita do município. Ela é a nossa primeira entrevistada na série “Pré-candidaturas em Foco”.

Em 2013, Clécia Carvalho foi eleita para organizar e presidir o sindicato dos Agentes de Saúde e Endemias de Nossa Senhora do Socorro

O Caju – Você colocou seu nome como pré-candidata à prefeita de Nossa Senhora do Socorro numa disputa bem difícil, onde as pesquisas apontam um cenário entre dois ou três nomes que já estão na estrada a muito tempo. Dito isso, sua pré-candidatura é pra valer? Qual o seu diferencial dos demais pré-candidatos?

Clécia Carvalho – Quando me perguntam se a minha pré-candidatura é para valer, busco refletir os seus fundamentos. Sou uma mulher, forte, batalhadora, estudada, me criei em Socorro. Como presidente do meu sindicato, me relaciono com todas as categorias de servidores. Em todas elas, os colegas me pedem auxílio para lutar por melhorias. Enquanto coordenadora da atenção básica, combati o bom combate contra o COVID 19, virando dias e noites incansáveis atendendo o povo socorrense que agonizava em suas casas, visitando-os pessoalmente, levando medicação muitas vezes adquiridas do meu próprio bolso, utilizando o meu próprio veículo, muitas vezes em demandas que foram negadas pelo gestor da pasta da saúde, mas que não podiam deixar de ser atendidas, pois ali se tratavam de vidas em risco de morte. A minha resposta à pergunta sobre se minha candidatura é para valer é essa. O povo precisa de alguém realmente comprometido com os seus problemas. E as pré-candidaturas que aí estão, não demonstram como irão cuidar do povo de Socorro. Todo dia demonstro como cuidei e como vou cuidar.

O Caju – Nas rodas de conversas no município de Nossa Senhora do Socorro, muitos falam que você colocou seu nome na disputa, mas que o objetivo seria ocupar a vaga de vice numa das chapas de oposição. Essa possibilidade existe? Você estaria aberta ao diálogo para fazer composição em uma das chapas de oposição ocupando a vaga de vice?

Clécia Carvalho – Aposto com você que a vontade dos meus concorrentes é se tornar vice de minha chapa de oposição e não eu na deles. O meu nome é limpo! Leve! Tem a cara do povo socorrense. A maioria dos cidadãos socorrenses são mulheres, negras e batalhadoras. Eu que ainda não aceitei um deles como meu parceiro na vice-prefeitura de minha chapa. Está difícil aceitar, pois cada um dos pré-candidatos a prefeito de nosso município possuem algum escândalo envolvendo o mau emprego de recursos públicos, ou de diversas promessas feitas e não cumpridas, eu não. Nossa Senhora do Socorro é a minha cara! A cara da trabalhadora honesta e batalhadora! Então eu sou o melhor nome, mas isso não significa que não estou aberta para o diálogo. Estou à disposição para tomar um cafézinho sim (adoro), e conversar sobre tudo! Aquele que se nega a uma boa conversa, gente boa não deve ser.

O Caju – Qual a sua avaliação da gestão do prefeito Inaldo que completou 07 anos à frente do município?

Clécia Carvalho – Deus deu duas eleições em forma de oportunidade ao atual prefeito para transformar o nosso município. Mudar de gestor não basta. É preciso TRANSFORMAR!! Não é dando migalhas ao nosso povo que ele iria conseguir fazer. Por isso o prefeito não fez uma boa gestão. A estratégia de dar migalhas a um povo que tanto teve o seu direito à saúde e educação de qualidade negados, para se sobressair quando realiza obra qualquer sem licitação, sem projeto, sem prestação de contas do recurso aplicado, com posto de saúde de estrutura precária e com creches e escolas que desabam, reforçam a lógica falsa e inventada de que tudo que é público não presta, e assim vão justificando destruição e a privatização do serviço público, com contratações sem concurso, com estagiários nas salas de aula, as milhares de pessoas nas filas de cirurgias, a falta de remédio, de conforto e atendimento nos postos de saúde, a ausência de qualidade na educação, o abandono de pais e mães de filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), das mães com creches de meio turno, o que impede de elas conseguirem um emprego pleno, dentre várias outras situações, como a quantidade de ruas com esgoto a céu aberto, sem calçamento e a falta de oportunidade para a juventude desenvolver a prática esportiva de seu gosto, reproduzir a sua cultura e a sua história de vida.

À frente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde e de Endemias, Clécia Carvalho conquistou vários direitos e avanços na carreira para a categoria

O Caju – Quais suas principais propostas e ideias para o desenvolvimento do município de Nossa Senhora do Socorro?

Clécia Carvalho – O estágio atual do calendário eleitoral não me permite tratar de propostas ou promessas, pois não estamos em campanha com candidatura registrada. Isso somente será possível em agosto. Mas não somos iguais aos outros candidatos que fazem uma disputa de quem grita mais, ou quem tem a maior torcida ou maior quantidade de dinheiro para gastar em campanha. Todos sabem que os candidatos que gastam fortunas em suas campanhas conseguiram esses recursos com a negação de cirurgias, a negação de ruas com esgotamento sanitário, com a falta de médicos, de creches. Nós estamos vindo com uma campanha limpa! Honesta! Uma campanha que tem por base o compromisso com o povo, com o bom atendimento nos postos de saúde, com a promoção de campanhas esportivas, o incentivo à cultura regional das comunidades, a reforma e utilização das praças públicas como verdadeiros locais de lazer da comunidade. Nosso compromisso é com o desenvolvimento do comércio local, da indústria, da agricultura, da criação de camarões, da pesca, da criação de gado. Nossa ideia é construir o novo com a comunidade e estamos com muitas ideias boas, e iremos divulgar no momento que a legislação eleitoral permitir.

O Caju – Para uma disputa majoritária é necessário ter um partido e um grupo forte. Qual é o seu partido e como está seu grupo político e quem compõe para a disputa?

Clécia Carvalho – Atualmente estou filiada ao PRD, sigla partidária nova, que surgiu da fusão do PTB com o Patriotas. Mas possuo um diálogo avançado com a REDE Sustentabilidade, PT, e estamos conversando bastante com algumas outras siglas que se dispuseram a abraçar a nossa pré-campanha a prefeitura de Nossa Senhora do Socorro. A política é a arte do diálogo. Não se constrói uma pré-candidatura com imposições, vaidades, arrogância ou mentiras, não. Estou aqui calçando a sandália da humildade para dialogar e construir uma alternativa viável, leve e de transformação para o município de Socorro, pois de mudança que nada muda já estamos cansados. Sou mulher, negra, sindicalista, livre e forte liderança reconhecida pela minha base política. Nosso agrupamento deu 2.008 votos elegendo deputado estadual, e 2.537 votos elegendo deputado federal. Todos votos advindos de nosso agrupamento, exceto para deputado federal, que atribuímos ao nosso eleito cerca de apenas 2.100 votos. Então, somos uma alternativa forte para o nosso município e estamos colocando nosso nome para vencer as eleições e transformar a sociedade socorrense!

O Caju – Neste momento, você é a única mulher que colocou o nome à disposição na disputa para a prefeitura de Socorro. Qual a importância para as mulheres e para a sociedade ter uma mulher na disputa e com a possibilidade de administrar o município?

Clécia Carvalho – As mulheres vivem hoje em nosso estado um momento de florescimento de candidaturas políticas fortes, independentes e com a preferência do eleitorado. E tudo isso é fruto de anos de fortalecimento do papel da mulher na sociedade. Nós aprendemos a nos posicionar, defender os nossos direitos, exigir respeito e passamos a apresentar as nossas qualidades para sociedade, como seres mais sensíveis aos problemas e suas demandas. E são esses os motivos que atribuo serem os causadores do sucesso das mulheres na política. E são esses também os motivos pelo qual entendo que uma mulher deve se tornar prefeita do nosso município.

O Caju – Uma das principais reclamações da população é a área da saúde. Você que atua por vários anos na área, quais os reais problemas da saúde em Socorro e como solucioná-los?

Clécia Carvalho – De fato, a saúde é uma das principais reclamações dos cidadãos socorrenses. E a saúde é uma das pastas com a qual tenho bastante intimidade. Não são apenas 20 anos sendo trabalhadora da saúde. Eu já fui gestora da atenção básica. Isso significa ser gestora de todos os postos de saúde, responder por quase todos os índices e metas da saúde básica do município, isso significa se relacionar não só com a básica, mas também com a média e a alta complexidade junto ao governo do Estado, hospitais regionais e geral, a nossa UPA, gerenciar a alocação de médicos, enfermeiros, e demais trabalhadores de saúde nas frentes de trabalho, enfim, 80% da saúde pública do município. E eu gerenciei tudo isso durante o ano crítico da pandemia, em 2020. Monitorei os doentes da COVID por meio de telefone, visitas, briguei muito com o Secretário Municipal da Saúde para liberar recursos para a aquisição de medicamentos, contratar médicos e enfermeiros para enfrentar a crise na saúde, para aquisição de máscaras, álcool 70 para os trabalhadores da saúde e a comunidade e criamos rotina de escala dos servidores e dos postos de saúde para atender a comunidade. Poderia ter sido feito muito mais se os recursos enviados pelo governo federal fossem 100% empregados na prevenção e no combate à pandemia. Mas isso é ato que deveria ter sido praticado pelo Prefeito e pelo Secretário da Saúde. Se faltou remédio, se faltou médico, se faltou estrutura, foi porque o dinheiro não foi gasto, afinal, ele estava disponível. Enfim, eu sou graduada em gestão pública. E tenho a experiência da prática. Consegui elevar os índices de saúde e ampliar a captação de recursos públicos para o município. Tenho certeza que os desafios da saúde são solucionáveis se o dinheiro que é repassado para saúde for devidamente empregado para o seu funcionamento. E eu como técnica da área, gestora e política, sei como cuidar da saúde e resolver os seus problemas.

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