O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe) recebeu 9.519 trotes entre janeiro e abril de 2024. No mesmo período de 2023, foram registradas 14.580 ligações desse tipo, o que corresponde a uma diminuição de 34,7%. Apesar da redução, o número de trotes ainda é alto. A fim de conscientizar a população, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Samu 192 Sergipe, alerta sobre os perigos que os trotes podem trazer à vida de quem realmente precisa dos serviços de urgência e emergência.
O falso pedido de socorro é danoso para o atendimento em situações reais. Por representar um percentual significativo em relação ao total de ligações, essa ‘brincadeira’ ocupa indevidamente a linha 192, atrapalhando uma real chamada de urgência. Por outro lado, quando consegue não ser identificado de imediato, tal atitude interfere no atendimento do médico regulador, que pode enviar uma Unidade de Suporte Básico (USB) ou uma Unidade de Suporte Avançado (USA) para atendimento a um paciente inexistente, deixando de prestar socorro a quem realmente precisa.
Esta semana, o Samu foi acionado para um suposto naufrágio de embarcação no interior do estado. Além de enviar viaturas de suporte básico e avançado, foi acionado o Corpo de Bombeiros, o Grupamento Tático Aéreo (GTA), além dos órgãos de segurança pública, como Polícia Militar e a Capitania dos Portos. “Ou seja, se empregou esse recurso desnecessário, isso tem um custo, e o principal ponto a ser rebatido com a população é que isso pode impactar no atendimento a vítimas reais que podem ser desassistidas na situação de trote”, alertou a enfermeira da Assessoria Técnica do Samu 192 Sergipe, Cíntia Guerra.
Segundo ela, em geral, nos casos de incidentes com múltiplas vítimas, como relatado nessa falsa ocorrência, que eram mais de 30, a unidade hospitalar também foi acionada para começar a fazer um sistema de contenção interna, diminuindo o atendimento de porta a pacientes que chegavam. “Isso tudo pode prejudicar os atendimentos à população, que são realmente necessários”, completou a assessora.
O Samu 192 Sergipe é acionado pela Central de Regulação de Urgência (CRU), que conta com sete telefonistas auxiliares de regulação médica e seis médicos reguladores de plantão, como informou a coordenadora médica do Samu 192 Sergipe, Tacia Lorena. “São os telefonistas que fazem o primeiro atendimento e filtram os trotes, quando os identifica, como a ligação que é feita geralmente por crianças, que é previamente identificada pelo tom da voz. Mas quando é feita por adultos é mais difícil de identificar. Por isso é importante que os adultos tenham essa consciência de não brincar com um serviço tão sério como de urgência e emergência”, frisou.
Fonte e Foto: SES