Após oito anos, a era Inaldo à frente do município de Nossa Senhora do Socorro chega ao fim e não deixará saudades. Uma gestão marcada por ineficiência, apadrinhamento político, falta de diálogo com a sociedade e altos índices de rejeição popular, Inaldo é considerado por muitos como um dos piores prefeitos da história de Nossa Senhora do Socorro. Com esse legado negativo pode se dizer que é o fim da carreira política, com poucas perspectivas de retorno à vida pública.
Durante os dois mandatos de Inaldo, Nossa Senhora do Socorro enfrentou retrocessos substanciais em diversas áreas. Bairros que margeiam a BR-101 – Parque dos Faróis, Santa Cecília, Guajará, Palestina – foram esquecidos por sua administração, com ressalvas para algumas obras efetuadas no Conjunto Jardim. Esse abandono dos bairros da “Socorro Antiga” acentuou a desigualdade social existente entre os bairros do Complexo Taiçoca – região mais desenvolvida – com os bairros que margeiam a BR101 – região mais necessitada de infraestrutura e desenvolvimento -, refletindo uma gestão que falhou em promover a inclusão e a igualdade.
Na saúde pública, os resultados foram desastrosos. Falta de medicamentos, estrutura precária nas unidades básicas de saúde, as eternas espera por marcação de exames e gestão ineficaz e desumana marcaram os últimos oito anos. Inaldo, ao invés de tomar medidas concretas para resolver os problemas, optou por manter apadrinhados políticos, diversos cargos de comissão e acobertar secretários que não entregavam resultados, a exemplo do secretário Enock Ribeiro à frente da Saúde do município. Priorizou a política eleitoral ao invés do cuidado da cidade e de seu povo.
A falta de diálogo com a população também foi uma característica marcante de sua gestão. Inaldo evitava sair às ruas para ouvir as demandas e reclamações dos moradores, preferindo enviar emissários em seu lugar. Essa distância e comportamento arrogante e prepotente minaram sua relação com os munícipes e contribuíram para a rejeição popular que enfrenta agora.
Ademais, sua base política foi sustentada por interesses financeiros, um modelo que, sem o poder, dificilmente se sustentará. Com o término de seu mandato, Inaldo deverá enfrentar o abandono de aliados e o isolamento político que se avizinha. Buscará a reeleição de Carminha Paiva na Assembleia Legislativa como forma de sobrevivência, entretanto terá uma missão quase impossível de conseguir. Dos diversos fatores que determinaram a derrota de Carminha Paiva nas eleições deste ano, um dos fatores foi a imagem negativa do prefeito Inaldo vinculada a deputada. Hoje, a população não quer ouvir o nome de Inaldo nas ruas de Nossa Senhora do Socorro.
Ainda deixará, como herança, uma dívida de mais de 800 milhões de reais, segundo informações do prefeito eleito em entrevistas.
A saída de Inaldo representa um alívio para a população e renova a esperança para que o prefeito eleito, Samuel Carvalho, consiga corrigir os erros do passado e trazer dignidade para uma cidade que sofreu durante os últimos oito anos.
Por Uilliam Pinheiro