
Por Márcio Rocha [*]
A recente sanção da lei pela prefeita de Aracaju, Emília Corrêa, ampliando os direitos trabalhistas dos jovens aprendizes, representa um avanço inegável na construção de um mercado de trabalho mais justo e igualitário. A medida, que assegura, entre outros pontos, o pagamento do salário mínimo por hora, é um gesto que reconhece a importância dos jovens que ingressam no mundo profissional, muitas vezes conciliando o trabalho com os estudos, e que até então, conviviam com lacunas na proteção de seus direitos.
Fortalecer os direitos dos aprendizes é investir no futuro. É preparar uma geração que, com o apoio e o estímulo adequados, terá mais chances de se desenvolver, evitar a informalidade e romper ciclos de exclusão social. O jovem que é respeitado em seus direitos desde o início da sua trajetória profissional tende a se tornar um trabalhador mais qualificado, comprometido e consciente de seu papel.
Nesse contexto, não se pode deixar de ressaltar o papel fundamental do Sistema Fecomércio, especialmente através do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). Em Sergipe, o Senac é responsável pela capacitação da imensa maioria dos jovens aprendizes, oferecendo cursos técnicos, formação profissional e orientação para o mercado de trabalho. Ao proporcionar qualificação, o Senac cria oportunidades reais para que esses jovens ocupem espaços relevantes nas empresas, com mais preparo e confiança.
A nova lei sancionada pela gestão municipal de Aracaju, ao garantir melhores condições aos aprendizes, colabora para um ambiente de negócios mais saudável e equilibrado. Empresas que contratam aprendizes passam a oferecer não apenas uma experiência, mas uma oportunidade digna, com direitos respeitados e perspectiva de crescimento.
Além disso, essa medida também incentiva o fortalecimento das políticas de responsabilidade social por parte das empresas, que passam a enxergar a contratação de aprendizes não como uma obrigação legal, mas como um investimento estratégico no capital humano local. Ao valorizar os jovens trabalhadores, cria-se uma cultura organizacional mais inclusiva e proativa, capaz de transformar não apenas a vida dos beneficiados diretamente, mas toda a cadeia produtiva, promovendo inovação, diversidade e desenvolvimento econômico sustentável para Aracaju e todo o estado de Sergipe.
Por fim, é preciso destacar que políticas como essa criam um ambiente propício para que os jovens não apenas ingressem no mercado, mas permaneçam e evoluam profissionalmente. A formalização dos direitos e a valorização do aprendizado são instrumentos que combatem o trabalho precarizado e a evasão escolar, além de estimularem a autoestima e a cidadania. Quando o poder público, as entidades de classe e as empresas caminham na mesma direção, os resultados extrapolam o campo econômico: eles consolidam uma sociedade mais justa, preparada e comprometida com o futuro de sua juventude.
[*] é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa