Por Márcio Rocha [*]
O acesso ao crédito é uma ferramenta essencial para o crescimento econômico e a qualidade de vida de indivíduos e famílias. Os cartões de crédito, em particular, desempenham um papel significativo na economia global, proporcionando conveniência e flexibilidade nas transações financeiras. No entanto, a taxa de juros praticada pelas empresas de cartões de crédito tem sido alvo de controvérsias, suscitando debates sobre a importância da redução dessas taxas tanto do ponto de vista social quanto econômico, considerando que batem a casa dos 450% ao ano. Descomplicando a economia, explico por que a redução dos juros cobrados pelos cartões de crédito é fundamental para o bem-estar da sociedade e o crescimento econômico.
A redução das taxas de juros nos cartões de crédito pode fornecer alívio financeiro significativo para os consumidores. Muitas famílias recorrem ao crédito para enfrentar despesas inesperadas ou atender às suas necessidades básicas, como moradia, educação e saúde. Quando as taxas de juros são excessivamente altas, os encargos financeiros acumulam-se rapidamente, tornando mais difícil para os consumidores gerenciarem suas dívidas. Baixar a taxa de juros aliviaria essa pressão sobre as famílias, permitindo-lhes economizar dinheiro e melhorar sua qualidade de vida.
A redução dos juros nos cartões de crédito também pode estimular o consumo e o investimento na economia. Quando as taxas são mais acessíveis, os consumidores se sentem mais confortáveis em gastar, o que, por sua vez, impulsiona o comércio e o crescimento econômico. Além disso, pequenos empresários muitas vezes dependem de cartões de crédito para financiar seus negócios, e juros menores os incentivariam a investir, expandir e criar empregos. E se o consumo eleva, eleva a movimentação do mercado de trabalho, oportunizando novos empregos para as pessoas.
O endividamento desenfreado é um problema crescente em muitas sociedades. Taxas de juros elevadas nos cartões de crédito tornam a saída do ciclo da dívida mais difícil para os consumidores. Em Sergipe, segundo estudo de Inteligência de Mercado da Fecomércio, o indicador atual aponta 17.3% das famílias em inadimplência, com contas atrasadas, e 4% em insolvência, sem condição nenhuma de pagar os compromissos. Grande parte dessas dívidas são decorrentes do cartão, modalidade mais acessível e rápida para conseguir crédito, que tem a participação de 97,3% na composição das dívidas familiares.
Com juros menores, os consumidores teriam uma chance maior de pagar suas dívidas e evitar o acúmulo de encargos financeiros excessivos. Isso contribuiria para uma sociedade mais financeiramente saudável.
Reduzir os juros nos cartões de crédito também pode contribuir para a inclusão financeira. Taxas mais baixas tornam o crédito mais acessível para pessoas de baixa renda e com histórico de crédito limitado. Isso permite que mais pessoas tenham acesso a serviços financeiros, o que é crucial para o desenvolvimento econômico e a redução da desigualdade.
No entendimento de que a redução dos juros nos cartões de crédito pode promover a estabilidade financeira, sabemos que juros elevados aumentam o risco de inadimplência, o que afeta negativamente as instituições financeiras. A estabilidade do setor financeiro é necessária para a saúde da economia como um todo, e a diminuição dos juros pode contribuir para a redução dos riscos sistêmicos.
A redução dos juros cobrados pelas empresas de cartões de crédito é de grande importância, pois alivia a carga financeira sobre os consumidores, estimula o consumo e o investimento, combate o endividamento desenfreado, promove a inclusão financeira, e contribui para a estabilidade do setor financeiro. Portanto, diante desses fatores, é essencial que governos, reguladores e empresas do setor financeiro trabalhem juntos para criar um ambiente mais favorável aos consumidores, equilibrando as necessidades das empresas com o bem-estar da sociedade como um todo. A redução dos juros nos cartões de crédito é uma medida que pode impulsionar o progresso econômico e melhorar a qualidade de vida de todos.
[*] é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa