Alessandro Vieira aciona STF para que Valmir explique sobre acordão com Rogério que lhe deixou elegível

Na peça judicial, o senador alega que as declarações apresentadas representam alegações dúbias, equívocas e ambíguas

A entrevista dada pelo ex-prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, segue dando desdobramentos na política sergipana. Nesta quarta-feira (19), o senador Alessandro Vieira (PSDB) entrou com uma ação de interpelação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que Valmir de Francisquinho possa explicar sua fala na qual disse que teria apoiado o senador Rogério Carvalho para ficar elegível.

Na última segunda-feira (17), Francisquinho disse “Se eu não tivesse apoiado Rogério, estaria inelegível”. E continuou: “No segundo turno, eu não tinha opção: para ficar elegível, eu tinha que declarar apoio à ‘A’ ou a ‘B’. Não tinha alternativa. Escolhi a menos traumática para mim, aqui na região do Agreste. Eu já estava fora, só poderia ser candidato em 2028 e aí, para me livrar, declarei apoio a Rogério, mas foi uma declaração para aquele momento. Não tenho entendimento político de continuidade em fazer política com Rogério, nem com ninguém. Vou continuar fazendo política com o nosso agrupamento”.

Na peça judicial, o senador Alessandro alega que as declarações apresentadas representam alegações dúbias, equívocas e ambíguas, para além de não desvelarem a totalidade de seus destinários, induzindo os seus ouvintes a lançarem as seguintes suspeitas: o interpelante teria “trabalhado” para deixar o interpelado inelegível e fora do pleito eleitoral; o senador Rogério Carvalho (PT/SE) teria exercido influência sobre magistrados para adequar o resultado do julgamento do interpelado aos seus anseios políticos, Ministros do Tribunal Superior Eleitoral, alguns dos quais oriundos desta Suprema Corte, teriam sido ilicitamente influenciados para a prolação de decisão favorável ao interpelado.

E por fim, Vieira solicitar que Valmir de Francisquinho apresente respostas as seguintes perguntas: com base em quais provas afirma que o interpelante teria “trabalhado” para deixá-lo inelegível, excluindo-o do último pleito eleitoral para o Governo de Sergipe?; quem efetuou o telefonema por meio do qual lhe teria sido dito “Você tem possibilidade de ficar elegível e o seu filho voltar para a Assembleia”?; houve oferecimento explícito de vantagem indevida em seu benefício eleitoral?; mencionou-se o que exatamente seria feito para reverter a sua inelegibilidade? Mencionou-se o nome de algum Ministro ou outro servidor público?

Agora é aguardar as respostas de Valmir de Francisquinho sobre suas falas reveladoras dos bastidores do segundo turno das eleições de 2022.

Por Uilliam Pinheiro

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