Bebê morre após esperar seis dias por vaga de UTI em Aracaju

Família denuncia negligência do Estado

Na madrugada desta terça-feira (23), Fernanda Eloah, uma bebê de quatro meses, morreu após aguardar uma vaga de UTI por seis dias. Ela foi internada no último dia 17.

A menina estava internada no Hospital Fernando Franco, em Aracaju, mas a equipe médica solicitou a transferência de Fernanda para uma unidade de alta complexidade, para que fosse fornecida a assistência necessária à pequena, que era uma menina com síndrome de down e sofria de cardiopatia. Ela foi hospitalizada com sintomas gripais, que se agravaram. “Pegou pneumonia, depois pegou o surto de vírus. Entubaram ela, e ela não resistiu nesta madrugada […] Eles [Hospital Fernando Franco] deram tudo a ela, mas não tinham suporte”, detalhou a mãe, Alessandra Almeida.

O sepultamento aconteceu na tarde de hoje, às 14h30. Para Alessandra, houve negligência, por isso, ela vai entrar na Justiça sobre o caso. “Vou, para entender se houve negligência, porque os médicos fizeram de tudo, mas não estava ao alcance deles”, finaliza.

Em nota, a Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju (SMS) informou que a “rede municipal gerencia atendimentos de média e baixa complexidade, sendo de responsabilidade da Secretaria de Estado a assistência de alta complexidade, conforme portaria 4.279 de 30 de dezembro de 2010 do Ministério da Saúde”.

Ainda de acordo com a SMS, neste ano, já foram realizados 3.482 atendimentos, dos quais 258 necessitaram de internamento. Das 35 solicitações de DUSV-UTI pediátricas, houveram apenas quatro transferências para a UTI pediátrica, 20 delas foram canceladas por eventual melhora clínica, sete foram canceladas por transferências para a vermelha do Huse, quatro canceladas por óbito. Ou seja, apenas cerca de 11,4% das solicitações foram atendidas

Nota da Assessoria de Imprensa da Secretaria de a Saúde

“A criança estava internada em um leito de estabilização com características de suporte qualificado, como ventilação, por exemplo. Devido ao grande número de casos de síndromes gripais graves e bronquiolites, a Central de Regulação de Leitos tem dado suporte para o atendimento de crianças graves de todas as unidades de saúde do estado, que não possuem leitos adequados para o atendimento de pacientes graves”.

Fonte: A8SE

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