Por Marcolino Joe [*]
Eu entendo o fascínio desolador que o assunto causa e faço questão de sempre pontuar seus desafios e oportunidades. Foi o que fiz na última sexta (22), quando subi ao palco do COMPOL Salvador, evento que goza do título de ser o maior do segmento de marketing político e institucional no nosso país.
Levei para esse encontro algo que me incomoda a algum tempo: estamos (profissionais do marketing político) preparados para as fake news turbinadas por esses sistemas da computação que parecem ter saídos de filmes de ficção científica?
É clonagem de áudio, é deepfake de vídeo… a barreira que separa o que é real do imaginado já foi transpassada faz tempo. O que se mira no horizonte é uma coisa só: barbarie.
Essa é a parte do desespero.
Mas, óbvio que tem um “mas”, o uso da inteligência artificiais generativas aí representam unilateralmente o fim da aventura humana na terra. É também um campo fértil para gerar oportunidades para profissionais e campanhas menos abastados que poderão colocar o nome e as ideias do assessorado em evidência mesmo sem os gordos orçamentos provenientes dos fundos partidários e eleitorais.
O lance mesmo é saber o que fazer na hora que o bicho pegar. Quando surgir no grupo de zap aquele áudio maroto com o político confessando libertinagens ou simplesmente divagando sobre ser ou não candidato.
Será o inferno na terra com gente subindo e descendo os degraus de Dante se não tiverem um plano pra lidar com isso. Essa parte foi o recheio da minha palestra que eu transformei em curso on-line.
Afinal, enquanto o mundo não acaba (seja pelo cataclisma ecológico ou revolta das máquinas) os boletos — que sempre vencem — precisam ser pagos.
[*] Estrategista, cineasta e comunicador popular