O Conselho Regional de Medicina interditou eticamente a Maternidade Nossa Senhora de Lourdes, em Aracaju, nesta segunda-feira (4), por desfalques nas escalas médicas. A medida, que restringe o atendimento de ginecologia, obstetrícia e neonatologia na unidade a partir das 13h, ocorreu após profissionais denunciarem a falta de médicos e sobrecarga das equipes da unidade, há cerca de cinco meses.
De acordo com o Cremese, com a interdição, apenas casos graves serão recebidos pela maternidade. O conselho realizou vistorias em abril, junho e agosto e constatou as irregularidades.
Gerida pelo governo do estado, a maternidade é referência na assistência a pacientes de alto risco. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) foi procurada pelo g1 e informou que irá se posicionar sobre o caso.
Problemas na maternidade
Em março, o Sindicato dos Médicos do Estado de Sergipe (Sindimed-SE) reuniu denúncias de profissionais da saúde que atuam na maternidade relacionadas ao excesso de demanda. Eles acreditavam que o problema estava relacionado, dentre outras coisas, “ao desvio de modalidade”, já que a maternidade, criada para receber pacientes de alto risco, passou a ser porta aberta.
Os profissionais também denunciaram superlotação nas enfermarias, com relatos de pacientes internadas recebendo atendimento em cadeiras, além da falta de controle de fluxo de visitantes.
O que diz a Secretaria da Saúde
Através de nota, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que vem trabalhando para o dimensionamento padrão das escalas médicas demandadas pela Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), referência na assistência de alta complexidade no estado de Sergipe.
A secretaria disse ainda que busca soluções de forma colaborativa e, inclusive, comunicou oficialmente ao Conselho Estadual de Medicina de Sergipe (Cremese), sobre as medidas a serem adotadas para melhorar o fluxo da unidade, a exemplo da regulação da porta, que faz parte da política adotada pela Rede Estadual de Saúde.
A nota citou ainda que com a abertura da nova maternidade de Aracaju, muitos médicos solicitaram redução da carga horária na MNSL, bem como demissão. E que existe um credenciamento para contratação de médicos aberto. No entanto, não houve adesão desses profissionais para trabalhar no local, o que provocou o aumento da necessidade de novos profissionais médicos. Para suprir essa demanda, a SES disse ainda que está preparando um novo credenciamento médico com novos valores para reforçar as escalas.
Fonte: G1 SE
Foto: Cremese