Por Uilliam Pinheiro
É incrível como a política, em vez de servir ao povo, muitas vezes vira palco de incoerências. A última agora, aconteceu na sessão da Câmara de Vereadores de São Cristóvão, nesta terça-feira (06), onde os vereadores da base do prefeito Júlio de Marcos Santana decidiram reprovar o uso da tribuna por um líder comunitário — o Sr. Edilson, presidente da Associação de Moradores do Povoado Cajueiro — alguém que representa de verdade a voz da população, que sente na pele os problemas do bairro, da rua, da cidade.
Esse líder não pediu pra subir na tribuna pra fazer show, não. Ele queria falar das necessidades da comunidade, cobrar melhorias, ser o elo entre o povo e os que têm o poder de mudar alguma coisa. Mas não deixaram. Votaram contra.
E quem foram os vereadores que disseram esse “não” à comunidade? Vamos aos nomes: vereador Luciano da Colônia, vereador Robson da Cabrita, vereador Rodrigo Guery, vereador Marcão da Pastoral, vereador Ítalo Macário, vereador Rael Filho, vereador Rauller do Timbó e o vereador Rafael Sucatão. Todos eles se posicionaram contra o requerimento, de autoria do vereador Rege do Santa Maria, que daria voz ao Sr. Edilson.

Curiosamente, os mesmos vereadores aprovaram o uso da tribuna pelo reitor da UFS. Nada contra o reitor — longe disso, a universidade tem seu valor e precisa ser ouvida. Mas por que o reitor pode e o líder comunitário não?
A sensação que fica é de que há dois pesos e duas medidas. Quando a fala incomoda, quando a cobrança é direta, aí o microfone é cortado. Mas se for alguém com título, paletó e fala mais “bonitinha”, aí tudo bem? Isso é justo?
O povo precisa ser ouvido. E os líderes comunitários são a voz de quem não tem microfone próprio. Negar esse espaço é calar quem mais precisa ser escutado. E aí eu pergunto: esses vereadores estão representando quem, afinal?