Fábio Mitidieri vai segurando a onda e juntando a galera

Enquanto os postulantes a vaga do Senado disparam críticas um contra o outro, Mitidieri tem buscado exercer um papel que poucos topam, o de pacificador

Por Uilliam Pinheiro

Na política sergipana, onde todo mundo quer um pedaço do palco – na verdade ocupar uma das prestigiadas cadeiras da Casa Alta – e a briga pela vaga de candidato ao Senado pela base tem sido cobiçada. E nesse ímpeto, potenciais postulantes da vaga tem disparados críticas um contra o outro, e Fábio Mitidieri tem buscado exercer um papel que poucos topam, o de pacificador.

Fábio sabe que o clima político anda meio tenso, principalmente depois das eleições de 2024, que deixaram mais sequelas que final de novela mexicana. Tem gente com mágoa, tem rusga antiga, tem vaidade de sobra e um monte de lideranças que não se bicam. Alessandro Vieira, André Moura, Edvaldo Nogueira… todos importantes, todos relevantes, mas nem todos exatamente melhores amigos.

Não é segredo que tem muita gente de olho nas eleições de 2026 e, dentro do próprio grupo de Fábio, os interesses começaram a se esbarrar. Alessandro Vieira de um lado, André Moura do outro, Edvaldo por fora, e no meio disso tudo, Fábio tentando manter a calma no front, unir os pedaços e garantir que, apesar das rusgas, a base governista siga firme. Ele não quer — e nem pode — perder ninguém. Seu papel será, além de administrar o Estado, segurar a turma junta até o fim da travessia.

Mesmo assim, o governador não foge da raia. Ao contrário, ele encara o desafio de ser o elo que segura essa corrente cheia de elos meio soltos. Em entrevista ao jornalista Jozailto Lima, do site JLPolitica, ele disse: “A cola que nos une é Sergipe”. E, olha, não é só discurso bonito, não. Fábio vem mostrando, na prática, que prefere construir pontes do que cavar trincheiras.

Quando André Moura reapareceu e causou aquele reboliço com suas declarações, Fábio não se fez de morto. Também não deu bronca em ninguém em público. Invés disso, ele acolheu. Acolheu André, reconheceu sua importância, mas também fez questão de valorizar Alessandro Vieira e Edvaldo Nogueira. Um verdadeiro malabarista político.

É esse jogo de cintura que mostra que Fábio não está apenas governando — ele está costurando. E costurar alianças em tempos de polarização e vaidades infladas é coisa de quem entende que política é, antes de tudo, convivência. Não é sobre gostar de todo mundo, mas sobre saber lidar com as diferenças sem deixar o projeto maior – o de Sergipe – de lado.

E se o objetivo dele é a reeleição em 2026 (o que, convenhamos, todo mundo já sabe), o caminho escolhido parece ser o da unidade. Não dá pra levar um time desunido pra final do campeonato. Ele está montando sua “Arca de Noé” com todo tipo de bicho político, e fazendo isso com calma, sem chutar ninguém pra fora.

No fim das contas, Fábio está mostrando que ser governador é mais do que fazer obra e dar entrevista. É ter pulso firme sem precisar gritar. É ter lado, mas saber ouvir o outro. É saber que liderar, às vezes, é saber recuar um passo pra depois avançar dois com todo mundo junto.

E se Sergipe conseguir atravessar esse mar de vaidades sem naufragar, muito disso vai ser graças ao timoneiro que resolveu navegar com todos – mesmo os que não se suportam – no mesmo barco.

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