Márcio Rocha [*]
Na semana passada, nós descomplicamos a economia falando sobre renda fixa e como ela está
sendo uma boa oportunidade de investimento para este ano, tal qual foi no ano passado. Após
receber algumas mensagens de leitores por e-mail, Whatsapp e directs no Instagram,
perguntando sobre como conseguir renda de forma mais rápida e com baixo risco, decidi que
nessa semana seria interessante falar sobre uma modalidade a qual eu tenho uma preferência
particular e acredito que seja de bom retorno para o investidor: Os fundos imobiliários (FIIs).
Vamos descomplicar o que é isso?
Fundos Imobiliários são um tipo de investimento que se direcionam para várias vertentes de
setores, a exemplo de imóveis, papel, tijolos, lajes, shoppings centers, edifícios comerciais,
entre outros tantos. O fundo consiste no ajuntamento de várias pessoas como investidores,
focando em empresas do segmento imobiliário, cada pessoa é cotista do fundo, que pode
somar uma enorme quantidade de pessoas investindo e ampliando seus recursos aplicados nas
atividades representadas. Ou seja, é você utilizar seu dinheiro para investir no mercado
imobiliário, sem que compre imóveis para isso.
Qualquer pessoa pode investir em fundos imobiliários, não importa o quanto você tenha, pois
existem empresas cujas cotas custam menos de 10 reais, o que possibilita até às pessoas mais
pobres a oportunidade de ingressar no mercado financeiro como investidoras. Comprar uma
cota de um FII significa que você passa a ser proprietário do investimento direcionado daquele
fundo, em qualquer um dos modais apresentados. Quem tem poucos recursos e não
conseguiria comprar um imóvel para alugar tem nesse investimento a oportunidade de obter
ganhos com a imobilização de patrimônio.
O que é que o FII traz de bom para o investidor? Pagamento de dividendos. Os recebíveis são
variados por quantidade de cotas adquiridas e você terá o recebimento desses valores todo
mês na sua conta. Exemplo: se você tem 10 cotas de um FII que custe 10 reais a cota, com R$
100 aplicados em um retorno mensal (Dividend Yeld) de 1,5%, o que é relativamente comum,
você receberá R$ 1,50 dentro do seu investimento. Ao longo do ano, sem considerar juros
compulsórios, somente o DY base, o investidor terá recebido 18% de retorno anual, o que é
um grande valor diante do mercado nacional, sendo bem superior à taxa básica de juros, que
hoje está em 13,75%. Então o investidor do FII conseguiria 133% da Selic em um ano de
investimentos.
Observando minha carteira pessoal de investimentos, o que apliquei nos FIIs está dando um
retorno interessante, com variação anual de 12,72%, pagando bem mais que a poupança, que
ano passado pagou 7,25%, até 17,85%, duas vezes e meia a mais que a poupança. Acredito que
o investimento no FII é uma boa, porque o pagamento dos dividendos é realizado
mensalmente e as variações por período não mudam muito. É importante lembrar que o FII
tributa imposto de renda sobre a venda das cotas sobre o lucro obtido, pois é uma operação
de valores. Todavia, para os investidores pessoa física, os dividendos recebidos não são
tributáveis, o que também torna a modalidade de investimento ainda mais interessante.
Há risco? Sim, é consideravelmente baixo. Levando em conta que os valores de cotas se
mantém estáveis, com pouca variação positiva ou negativa, o investimento tende a se manter
no mesmo valor, mas pagará os dividendos mensalmente, aumentando a monta do seu
recurso investido. O princípio de uma renda passiva mensal está muito ligado aos dividendos
recebidos. Quanto mais investido, maior a quantia recebida por mês nos dividendos.
Contudo, coisas ruins podem acontecer com os investidores. Para quem investe em prédios
comerciais, por exemplo, que tenham sido alugados para empresas de grande porte varejista,
problemas são passíveis. Citando o caso das Lojas Americanas, empresa que está no cadafalso,
com a corda no pescoço e pronta para ter a alavanca puxada. Alguns fundos que alugam
imóveis para a rede perderam valor no último mês, já que há o risco de calote por parte da
empresa, que está em processo de recuperação judicial. De todo modo, considero um ótimo
investimento para você começar a tentar a independência financeira e descomplicar sua
economia, fazendo seu dinheiro trabalhar para você por meio da renda passiva.
[*] é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa