“Há uma possibilidade sim, de ser candidato ao Senado Federal”, revela Eduardo Amorim

Em entrevista ao site O Caju Notícias, o ex-senador afirmou haver possibilidade de filiação ao PL e que a oposição apresentará um candidato no momento oportuno

Por Uilliam Pinheiro

O ex-senador Eduardo Amorim, atual presidente do PSDB em Sergipe, concedeu entrevista ao site O Caju Notícias e revelou que há, sim, a possibilidade de que seu nome esteja nas urnas no ano que vem, disputando o cargo de senador da República. Amorim destaca a forte amizade que possui com Emília e avalia que a primeira prefeita mulher de Aracaju deixará um legado incrível de cuidado e zelo com a nossa capital.

Nesta entrevista, ele fala sobre o relacionamento com o irmão, Edvan Amorim, e como ele participa de seus projetos. O ex-senador comemora a construção do Hospital do Câncer, uma luta incansável ao longo de sua trajetória política, e já encampa uma nova causa: a criação de um Hospital das Clínicas.

Confira abaixo a entrevista exclusiva do ex-senador Eduardo Amorim ao site O Caju Notícias:

O Caju Notícias – De fato, Eduardo Amorim é pré-candidato ao Senado em 2026? Se sim, o que o motiva a voltar a disputar uma cadeira no Senado Federal?

Eduardo Amorim – Ao longo de oito anos de mandato enquanto Senador eleito por Sergipe, dialoguei com todos os prefeitos e prefeitas de cada um dos 75 municípios sergipanos. De igual modo busquei intensamente ouvir o parlamento municipal e estadual com a finalidade de entender os principais anseios da população. O resultado dessa dedicação foi o reconhecimento nacional como o melhor Senador do Brasil, ainda nos meus primeiros quatro anos de mandato. Uma avaliação feita por técnicos da revista Veja com o apoio de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Devido a este legado, é natural que meu nome esteja nas boas recordações da população, ao ponto de apresentarem organicamente o desejo em depositar um voto de confiança no ano que vem. Há uma possibilidade sim, de ser candidato ao Senado Federal.

O Caju Notícias – Dada a possibilidade de federação entre PSDB e Podemos, onde o Podemos se encontra dentro do agrupamento do ex-deputado federal André Moura, o senhor tende a permanecer no PSDB ou há possibilidade concreta de filiação ao PL?

Eduardo Amorim – O Partido Liberal sempre me acolheu com fraternidade, apoio e admiração. A probabilidade de ser abraçado pelo PL é real, mas estamos a mais de um ano para o pleito eleitoral de 2026, muitos percursos serão traçados até a oficialização de inúmeras definições gerais, entre elas, este movimento nacional na construção de federações. É preciso dar tempo ao tempo, sem ultrapassar etapas.

O Caju Notícias – Qual é a sua avaliação da gestão de Emília Corrêa nestes cinco meses?

Eduardo Amorim – Aracaju é a única capital no Nordeste que é administrada por uma mulher, e que sorte a nossa de ser uma gestora com o perfil honesto de Emília Correia. Sergipe, sobretudo a população de Aracaju, conhece muito bem a nossa prefeita. É defensora pública gabaritada, uma profissional da comunicação de fácil entendimento geral, uma ex-vereadora bastante atuante e que tem ao seu lado como vice-prefeito, Ricardo Marques – uma das grandes boas novidades do cenário político nos últimos anos. Juntos, eles receberam a cidade repleta de problemas para resolver, muitos destes, históricos. Em cinco meses observamos avanços na Educação, Meio Ambiente, transporte público, Turismo, Cultura, Defesa Social e na Saúde. Vale frisar que logo no primeiro trimestre os enfermeiros do Hospital Nestor Piva começaram a receber o piso salarial que é um direito de cada cidadão trabalhador. Não é fácil resolver em curto prazo tantos problemas; tenho a plena convicção que a primeira prefeita mulher de Aracaju deixará um legado incrível de cuidado e zelo com a nossa capital.

O Caju Notícias – A prefeita Emília Corrêa é uma das lideranças políticas mais fortes do Estado. O senhor conta com o apoio dela para sua pré-candidatura ao Senado?

Eduardo Amorim – Posso te garantir que desfrutamos de uma amizade alicerçada pela lealdade, respeito e admiração. Se este for o entendimento dela, se achar que posso abrir portas em Brasília para ajudá-la neste progresso de Aracaju e Sergipe, eu estou pronto e agradeço o apoio. Emília, juntamente com toda a sua equipe está focada – e com razão absoluta -, na administração de Aracaju. Seria um pecado deixar de lado reuniões que possibilitem em avanços para os mais de 600 mil aracajuanos, para discutir apoios em 2026. Vamos deixar ela trabalhando, como destaquei há pouco: ‘tudo no seu devido tempo’. Emília é uma grande amiga que Deus me presenteou, e o que desejo para ela neste momento é que continue focada em suas missões, como bem tem desenvolvido desde a vitória nas urnas no ano passado.

O Caju Notícias – O prefeito de Itabaiana, Valmir de Francisquinho, voltou, em entrevista, a dizer que sugeriu a substituição do nome dele pelo de Emília, em 2022, mas que ele não era o presidente do partido, insinuando que não ocorreu a troca porque Edvan Amorim não desejou. De fato, o que aconteceu nas eleições de 2022 para que Emília não assumisse a candidatura ao governo, com grandes chances de ser eleita? Como está sua relação com o prefeito Valmir de Francisquinho após os recentes atritos de comunicação?

Eduardo Amorim – Como em outras oportunidades já foi destacado pelo presidente do PL, a decisão aconteceu em conjunto. O partido previa que ele seria inocentado e reconquistaria o direito político; isso posteriormente aconteceu. As múltiplas interpretações diante de um cenário, objeto ou falas, fazem parte da nossa construção dos saberes. O pleito eleitoral de 2022 ficou na história de Sergipe e jamais será esquecido justamente por suas ramificadas visões multipolarizadas. Sobre atritos, isso é absolutamente comum. Divergimos de algumas ideias, concordamos em outras, e assim seguimos. Isso é natural. Valmir é um gestor experiente, competente e que ama a minha cidade de origem, que é Itabaiana.

O Caju Notícias – Seu irmão, Edvan Amorim, é conhecido por ter forte influência política e ser um hábil articulador em Sergipe. Qual é, hoje, a participação e a influência dele em seus projetos políticos?

Eduardo Amorim – Eu tenho a sorte em ter ao meu lado um irmão que muito antes do envolvimento com Políticas Públicas e de cunho eleitoreiro, sempre me apoiou em tudo. Ele foi essencial na minha formação acadêmica, em meu período de residência médica em Barcelona e no meu acesso definitivo ao Sistema Único de Saúde. Um cidadão que foi injustiçado por um movimento impiedoso conduzido por marqueteiros carregados de notícias falsas, as quais são indiscriminadamente opostas a realidade. Meu irmão Amorim não é importante hoje; ele é importante sempre! Um sergipano nato que ama seu povo e deseja que Sergipe volte a ter selo nota 10 no Senado Federal. Edvan é um homem honrado e que nunca interferiu nos meus gabinetes; diferente de outras famílias, na nossa eu sou o único que se interessou por disputar eleição.

O Caju Notícias – O Hospital do Câncer, em Aracaju, uma obra que o senhor tanto sonhou e defendeu, está previsto para ser entregue no segundo semestre deste ano, segundo o Governo do Estado. Qual é o seu sentimento ao ver essa obra tão importante sendo finalmente entregue à população?

Eduardo Amorim – Sentimento de alívio; alívio por prever que os pacientes oncológicos finalmente serão atendidos com mais dignidade, assim como acontece em Barretos, no estado de São Paulo, por exemplo. Todos nós conhecemos alguma pessoa próxima que infelizmente perdeu a vida vítima de Câncer. Eu tenho alguns casos de amigos e familiares, e sei muito bem a dor que é observar o ente querido sem um atendimento de qualidade. Esse hospital deve ter sua estrutura física entregue em agosto, e torço para que equipamentos e profissionais sejam de imediato contratados para finalmente dar início ao funcionamento do Hospital do Câncer de Sergipe.

O Caju Notícias – O senhor tem alguma ressalva ou frustração pelo fato de essa obra ser concluída e entregue não por sua gestão como governador, mas sim pelo atual governador, Fábio Mitidieri?

Eduardo Amorim – Eu não ocupei o cargo de governador, nesse caso eu não tive interferência enquanto gestor. Já disse isso recentemente e volto a afirmar: fico contente em saber que Fábio Mitidieri vai entregar esta obra tão importante. Enquanto reconhecemos este fato, não podemos deixar de lamentar os 14 anos de espera que foi. Em 2010 eu já mobilizava grupos para discutir a necessidade de uma unidade hospitalar destinada aos pacientes oncológicos; coletamos assinaturas, destinei milhões em emendas para este hospital, mobilizei a nossa bancada em Brasília para agir neste sentido, mas infelizmente demorou demais. Agora estamos novamente abraçando uma nova causa: Sergipe precisa de um Hospital das Clínicas. Não tenho dúvidas que as dores serão amenizadas e o atendimento para os pacientes SUS passa a ser muito mais versátil e eficaz.

O Caju Notícias – Muitos têm falado que o governador Fábio Mitidieri caminha para uma vitória por W.O., por falta de concorrentes. Na sua opinião, a falta de um concorrente forte contra o governador Fábio é mérito do governador, que tem feito uma excelente gestão e demonstrado habilidade política para aglutinar forças, ou são os erros da oposição, que não se entendem?

Eduardo Amorim – W.O. por falta de concorrentes? Observo que há um movimento de antecipação do processo eleitoral, o qual julgo desnecessário e que prejudica o funcionamento da administração pública. Desde o processo de redemocratização do país, nunca o Estado de Sergipe vivenciou um processo eleitoral onde não houvesse múltipla concorrência. Grupos de situação e oposição sempre apresentaram nomes competitivos, e em 2026 não será diferente. É preciso dar tempo ao tempo, respeitar a cronologia dos fatos e das leis eleitorais. Volto a destacar: tudo no seu devido momento. O nome da oposição será anunciado dentro do prazo legal, no ano do processo eleitoral.

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