Jovem sergipana, Lenice Ramos, enfrentou dificuldades pela falta de oferta do bônus regional na UFS

Por decisão judicial, a UFS deixou de ofertar a bonificação regional para os estudantes residentes em Sergipe

A Universidade Federal de Sergipe (UFS) deixou de ofertar, no ano de 2020, a bonificação regional na nota do Enem para estudantes que residem nas proximidades e até em todo estado onde a universidade fica localizada. Essa medida, aplicada por diversas universidades no país, visa contribuir para que os futuros graduandos que almejam ingressar na universidade do seu local de origem possam ter sua vaga garantida.

Entretanto, o que poderia ser mais uma conquista realizada tornou o sonho de Lenice, como o de tantos outros jovens, ainda mais dificultoso. Estudante de jornalismo e orgulhosamente residente do bairro Industrial, na capital Aracaju, a jovem Lenice Ramos, destaque nacional na criação do projeto de lei “Absorvente é Direito”, relata que seu desejo desde que concluiu o ensino médio no Atheneu Sergipense era ingressar na Universidade Federal de Sergipe. No entanto, a média da sua nota no Sisu, apesar de ser boa, ainda não era suficiente para ser aprovada no Campus São Cristóvão, por isso ela só teve segurança em escolher a Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB).

Ainda segundo a estudante, a diferença da sua nota para a de pessoas que vieram de fora de Sergipe era mínima, e se tivesse a bonificação, não precisaria ir estudar fora. “Tive que sair de perto da minha família, dos meus amigos, para estudar longe, enfrentar momentos desafiadores em uma cidade turística onde o custo de vida é muito alto, tudo isso por uma diferença mínima na nota. Se a UFS ainda tivesse a bonificação, não passaria por isso!”, afirmou a jovem.

De volta a Sergipe no fim do ano passado, após conseguir a transferência externa para a UFS, a jovem conta que na Bahia estava com 40% do curso integralizado, o que mudou para 10% aqui em Sergipe, além de ter que repetir algumas disciplinas. “A escolha de voltar foi difícil, a diferença na porcentagem do curso foi grande, mas precisava voltar pra perto da minha mãe e vó, que estavam lutando para conseguir me manter lá”.

Após a grande repercussão da temática na última semana, a realidade de Lenice trouxe à tona o quanto isso se tornou comum na vida do jovem que sonha em ingressar na universidade pública. A jovem, que atravessa os seus 20 anos, diz que seguirá na luta pela educação pública de qualidade e sonha em um futuro onde a educação seja um acesso digno para todas as pessoas.

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