Por Victor Gabriel
Nesta quinta-feira (06), durante entrevista à Rádio Metropolitana FM Aracaju, o senador Rogério Carvalho (PT) se posicionou contra a possibilidade de o Partido dos Trabalhadores lançar dois candidatos ao Senado nas eleições de 2026. A fala do senador veio em referência a declarações recentes do ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, que afirmou “não ver problema” em haver mais de um nome do PT na disputa.
Para Rogério, uma candidatura majoritária exige alinhamento estratégico e um trabalho de unidade. “É importante ter clareza de que numa disputa majoritária, praticamente é um por partido que compõe o time. Então não dá pra você ter dois candidatos disputando o primeiro voto, senão a eleição é de dois votos e isso divide o eleitor”, pontuou o senador.
Ele alertou para o risco de divisão do eleitorado com duas candidaturas do mesmo partido, o que, segundo ele, pode comprometer as chances de vitória. “É um risco você ter duas pessoas que disputam o mesmo eleitorado, sabendo que as pessoas têm outras preferências, pois, no fim, ela terá que escolher entre uma ou outra preferência para o seu primeiro voto”, avaliou.
O senador defendeu que o PT priorize uma única candidatura ao Senado para não enfraquecer o projeto político do partido em Sergipe. “Então a prioridade do partido é apresentar apenas um candidato e essa prioridade irá definir quem será o candidato”, disse Rogério, que reforçou que sua posição é motivada por critérios de viabilidade eleitoral e coerência estratégica. “Dentro de uma racionalidade, de uma lógica mais clara, não é possível ter dois candidatos do mesmo partido numa eleição majoritária. Não é que a gente não queira, é que não é algo viável”, concluiu.
O embate entre o senador Rogério Carvalho e o ministro Márcio Macêdo reflete a disputa pelo controle do diretório estadual do PT em Sergipe, tendo duas chapas em disputa. A corrente liderada por Rogério, que tem o apoio do deputado federal João Daniel, defende o próprio senador para a presidência estadual da sigla. Do outro lado, o grupo ligado ao ministro Márcio Macêdo, alinhado à Eliane Aquino, aposta no nome de Cássio Murilo, um aliado próximo do ministro. Esse conflito interno é visto como uma prévia da disputa pela indicação do PT ao Senado Federal em 2026, consolidando a divisão dentro do Partido dos Trabalhadores no estado.