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“O governo Fábio é muita propaganda, porque na prática, é mais do mesmo”, avalia o deputado Marcos Oliveira

O parlamentar ainda diz que Valmir de Francisquinho tem legitimidade para disputar a eleição em qualquer município, seja Itabaiana, Socorro o Aracaju, e qual for a decisão dele, o grupo seguirá

Por Uilliam Pinheiro

Deputado de Itabaiana, capital brasileira do caminhão, tem se destacado na oposição ao Governo Fábio Mitidieri com uma atuação propositiva e uma comunicação de fácil acesso a população. O nome dele é Marcos Oliveira (PL).

Em entrevista ao site O Caju, Marcos Oliveira se posiciona sobre a possibilidade de privatização da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) e sobre o programa de desenvolvimento proposto pelo governador Fábio, por meio da Agência Desenvolve-SE. No campo político, Marcos enaltece seu líder, Valmir de Francisquinho, e diz que a decisão de qual município Francisquinho irá disputar a eleição 2024 – seja Itabaiana ou outro município – é dele, pois tem legitimidade para isso, e qual for a decisão, o grupo seguirá.

Confira toda a entrevista:

O Caju – O Governo Fábio Mitidieri completou 100 dias nesta última segunda-feira (10). Qual sua avaliação desse início de Governo Fábio Mitidieri?

Marcos Oliveira – O governo Fábio não tem nenhum tipo de ação na prática que atenda, principalmente, aqueles que mais precisam no estado de Sergipe, e principalmente, que represente uma mudança de rumo da política sergipana. Fica parecendo mais uma vez uma política extremamente elitista, com projetos megalomaníacos. Com muita propaganda, com muita ação política. Todo dia uma reunião, um café ou um ato político numa cidade determinada, mas na prática, que é a mudança do comportamento nos hospitais, a mudança do comportamento da política da educação desse Estado, que é tratar os servidores com a dignidade que eles precisam, que é devolver os 14% dos aposentados, que dar a periculosidade da polícia, que é. trazer pra perto do estado os nossos empresários que verdadeiramente trabalham, mas que, infelizmente, tiveram aumento de imposto de ICMS já no início desse governo. Então assim, a gente avalia que são cem dias sem nada.  Sem rumo e sem gosto. Na verdade, é muita propaganda, e na prática, o que a gente tem visto aí, é mais do mesmo. Como dizia o Barão de Itararé, de onde menos se espera que não sai nada mesmo.

O Caju – Um dos pontos que tem gerado um forte debate neste ano é a possibilidade de privatização da DESO como a solução para os problemas da companhia que é, hoje, o órgão que a população mais reclama. Qual é sua posição em relação a Deso? O que deve ser feito?

Marcos Oliveira – A Deso precisa de homem de verdade e de gestor que tenha coragem de mexer nas feridas que o próprio Estado dá causa. O que é isso? É justo o Estado dever 70 milhões a Deso  e não arcar com seus compromissos? É justo o Estado pegar as diretorias regionais da Deso e politizar, colocar cabos eleitorais, colocar pessoas sem nenhum tipo de preparo, pra fazer, inclusive, trabalhos que seriam trabalhos técnicos? É justo a gente não contratar nenhum tipo de empresa especializada para revisar os contratos milionários, porque o serviço da são quase todos já terceirizados aqui no estado de Sergipe. Então, o Estado tem dado causa ao problema que a Deso causa em razão da falta de estruturação para que justamente possa dizer a população de que justifica vender. Hoje, a Deso está no balcão de negócios da Faria Lima, em São Paulo. A gente tem informações de que bancos com diversos interesses por detrás da privatização da Deso estão negociando aí o preço, o valor, como vai ser a forma de pagamento dessa concessão, que infelizmente vai dobrar o preço da água aqui no Estado de Sergipe. Ninguém tem garantia da melhoria do serviço. Vide o que acontece em Alagoas, vide o que está acontecendo em Maceió. Vide o que está acontecendo no Amazonas, em diversos locais. Água não é mercadoria. A gente precisa realmente tratar do que é nosso, estruturar a nossa empresa, empresa do povo sergipano, não é de governo nenhum. Ela tá aí, governos passaram, governos já foram e ela permanece  prestando esse serviço que precisa ser melhorado, ninguém é maluco. de não dizer que a Deso precisa ter uma melhoria na prestação do seu serviço, mas é justo, justamente, aquele que dá causa a miséria que a Deso passa, que é o Estado de Sergipe, ele agora tem o argumento de querer vender, de querer fazer uma concessão, do filé. O que o povo de Sergipe tem que entender é de que está se fazendo a concessão do que é bom, que é a distribuição, a captação e levar as adutoras para onde precisa não, vai ficar com a própria Deso. Qual é o resultado? Mais miséria pro povo sergipano que vai pagar uma água mais cara e a empresa sergipana não vai ter condição de arcar com os custos aí da captação, e principalmente, da expansão da universalização do acesso a água no Estado de Sergipe. Ah, pra mim está tudo atrapalhado. Quando você é bom gestor, você mexe na ferida. E faz valer a ordem e a técnica. Mas, infelizmente o caminho mais fácil é você dizer que vai fazer uma concessão, aproveitando principalmente daquilo tudo que você tem feito de errado pra essa empresa não funcionar.  Eu sou contra totalmente a privatização da Deso.

O Caju – O senhor votou contra a criação da Agência de Desenvolvimento e tem sido um crítico desse instrumento Qual é a leitura que o senhor faz do objetivo da criação da Agência de Desenvolvimento de Sergipe, Desenvolve-SE?

Marcos Oliveira – É o que eu venho dizendo, não é uma agência Desenvolve Sergipe, é uma agência Liquida Sergipe. Olha no mesmo projeto, o Estado de Sergipe diz o seguinte: eu estou criando essa agência para facilitar PPP, concessão e venda de qualquer coisa que eu ache que deva vender no Estado de Sergipe. Sem passar pela Assembleia, sem discussão. Ou seja, essa agência com a criação de mais 8 diretorias com 30 mil reais de salário, com a disponibilização de 8 milhões de reais dos cofres públicos. Mais despesa pro povo de Sergipe, ela tá dizendo que a gente não pode, por exemplo, tratar de água, porque água não é atividade fim. e eu preciso ter uma PPP, uma privatização, uma concessão desse serviço. Ao mesmo tempo, essa agência diz que o Estado vai investir na Bolsa de Valores, vai ser especulador financeiro, vai investir em big techs, em empresas de capital de risco. Há uma contradição evidente. Se você não é competente pra gerir água que é necessário ao ser humano sobreviver, mas ao mesmo tempo você é competente pra investir em Bolsa de Valores. Qual é a essencialidade do produto? Qual é a função social do Estado de Sergipe? O que a gente espera e qual é o Estado que a gente quer? Qual é o objetivo que ele queira desenvolver? Então é isso que a gente tem visto. Para mim, essa agência é o primeiro instrumento de liquidar o Estado de Sergipe. De vender Deso, de vender Sergas, de vender Banese. Está muito claro que a intenção é justamente fazer com que a gente pague mais imposto, se dissolva do que é patrimônio público, e aí, o resultado é mais uma vez como eu disse uma política elitista para poucos e não para a grande maioria dos sergipanos.

O Caju – O senhor tem defendido a criação da Região Metropolitana do Agreste tendo Itabaiana como o centro. Quais as vantagens para a população se de fato for criada a Região Metropolitana do Agreste?

Marcos Oliveira – A Região Metropolitana do Agreste vem discutir alguns temas em conjunto. A gente sabe que temos  14 municípios que carecem de desenvolvimento, de industrialização, de disposição do lixo de forma comum. Itabaiana hoje manda o seu lixo para uma empresa especializada e licenciada. Os outros municípios não. Permanece o problema ambiental do lixo. A gente tem problema de energia. A chegada do gás em conjunto, como a gente vai fazer que esses municípios possam se desenvolver industrialmente? A duplicação da BR 235 é uma pauta comum dos 14 municípios. Então, o que a gente quer é que essa região, ela se entenda enquanto região metropolitana para que essas questões sejam tratadas em comum, facilitando e melhorando o preço e que a gente possa dar um melhor encaminhamento desses temas para os 14 municípios da região Agreste.

O Caju – O novo secretário de comunicação de Itabaiana, Júnior Carvalho, sinalizou que ainda não está batido o martelo que o prefeito Adailton irá à reeleição em Itabaiana. Irá depender do cenário. Qual é a sua posição: você defende a reeleição de Adailton ou a candidatura de Valmir de Francisquinho a prefeitura de Itabaiana em 2024?

Marcos Oliveira – Valmir tem legitimidade. Valmir disputou a eleição ao Governo. Valmir se sacrificou. Adailton é um grande parceiro, Adailton é um irmão, é um prefeito do bem, que vem fazendo uma grande gestão. Essa questão de candidatura é muito simples pra mim. Se Valmir entender que deve ser candidato em Itabaiana, não tem problema, problema zero. Pelo contrário, Adailton será o primeiro a estar levantando essa bandeira, apresentando [Valmir]. Valmir dispensa a apresentação. Valmir disputou um governo do estado. Todo mundo sabe como foi que ele passou. Então, ele tem essa legitimidade e Adailton faz couro justamente para isso. Se assim, Valmir entender que precisa ser candidato em Itabaiana ou não. Se Valmir for candidato de outro local,  em Socorro, em Aracaju, muitas águas ainda vão rolar. O candidato natural do nosso grupo é Adailton Souza sem problema. Quem tem bons jogadores geralmente ganha o campeonato e a gente tem um time. A gente tem um time com Adaílton, com o Tallyson, com Marcos Oliveira, com Ícaro de Valmir, com diversos vereadores, com um grupo extremamente forte e o nosso centroavante que mete o gol, que ganha a eleição, que o povo acredita, que prestou o serviço de de forma muito exemplar ao povo de Itabaiana e de Sergipe é Valmir Fransquinho. Então, ele tem legitimidade para disputar onde quiser.

O CajuQual o balanço que o senhor faz do seu trabalho nesses primeiros meses na Assembleia Legislativa?

Marcos Oliveira – Eu tenho tentado ser frutuoso, ter um destaque propositivo. Eu não estou fazendo oposição com raiva, com ódio, com rancor. Eu estou sempre tentando propor projetos de fundamental importância. Discutir os assuntos do Estado. Eu tenho dito isso sempre. Se o Estado for uma Suíça e não precisar discutir, a gente se cala. Mas, a gente sabe que o povo precisa de político que dê a cara pra bater, que esteja na base, que seja de verdade e não um produto de marketing. Posso errar, como sempre errei, e sempre eu acho que vou errar na política, mas é sempre tentando acertar. É sempre tentando melhorar, e principalmente, sempre tentando propor. Eu não faço emenda aqui com a intenção de prejudicar, pelo contrário, a emenda tem a intenção de melhorar. Então fiz uma luta muito grande com relação ao ICMS. Não ficou em 22% no final das contas, aqui do Estado de Sergipe. Então, a gente tem tentado fazer o nosso trabalho com muita transparência, e principalmente, propositivo para que no final do meu mandato, o povo tenha consciência de que votou no deputado que realmente não se furtou ao debate e do trabalho que se propôs a fazer.

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