Lançado em 22 de julho de 2023, o Opera Sergipe já realizou 9.665 cirurgias eletivas (sem urgência) de média complexidade, entre os 15 tipos diferentes colocados à disposição nesta primeira fase do programa. Com o resultado, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), aumentou em 146,9% o número de atendimentos previstos inicialmente, o que representa também alívio para as portas de urgência do estado.
O propósito do Opera Sergipe é ampliar a oferta de cirurgias, a fim de contribuir para a diminuição do tempo de espera por um dos procedimentos, além de aumentar o acesso da população ao atendimento. De acordo com a coordenadora do programa, Cláudia Pardo, a meta inicial era contemplar os 3.913 pacientes que aguardavam por algum dos 15 tipos de cirurgias dispostas nessa primeira fase. Mas a marca, segundo Pardo, não apenas foi alcançada, como atualmente as filas são despachadas quase em tempo real nos hospitais cadastrados. “O programa foi criado para atender as filas reprimidas, mas foi muito além”, enfatizou a gestora
“Havia uma preocupação em atendermos os 3.913 pacientes que aguardavam na fila por estas cirurgias da primeira fase. Não só atingimos o objetivo, como foram entrando novas pessoas na fila em busca desse elenco dos 15 tipos de cirurgias. Note que atendemos todos que já aguardavam e hoje praticamente estamos colocando as filas em tempo real”, detalhou.
Atendimentos
Pacientes como a instrumentadora cirúrgica Claúdia Oliveira, que sentia fortes dores abdominais e náuseas desde novembro do ano passado, foram submetidos a um procedimento por meio do Opera Sergipe. Ela recebeu o encaminhamento médico para uma colecistectomia (retirada da vesícula) devido ao estado inflamatório que o órgão se encontrava.
“Tive meu diagnóstico em novembro do ano passado e me operei dia 2 de janeiro. Só não fiz antes porque fiquei insegura e pedi para adiar. Ainda assim achei todo o processo rápido, desde o cadastro até o dia da cirurgia. Trabalho em hospital e já vi pessoas que levaram quatro anos para operar. Felizmente não foi o meu caso, graças ao Opera”, avaliou a profissional, que foi atendida no Hospital Santa Isabel, em Aracaju. “Meu pós-operatório foi tranquilo. Fiquei internada um dia e no outro já estava em casa, em Rosário do Catete. Não tenho mais dor nenhuma”, acrescentou.
A cabeleireira Graciela dos Santos, de 35 anos, foi diagnosticada em setembro do ano passado com cálculo biliar, conhecido popularmente como pedra na vesícula, após dar entrada na urgência do Hospital João Alves com fortes dores. “O médico avisou que eu tinha que operar urgente. Uma amiga falou do programa e dei entrada nos documentos, quando descobri que eu podia fazer também a laqueadura. Aproveitei e fiz os dois”, disse a mulher, que tem três filhos. Graciela contou que levou a irmã, moradora da Barra dos Coqueiros, para fazer o cadastro no programa, já que ela também reclamava das mesmas dores e, após o diagnóstico, as duas tiveram a cirurgia agendada para o mesmo dia, no Hospital Santa Isabel. “Do período que dei entrada na documentação até a cirurgia levou menos de um mês”, expôs a cabeleireira.
Jacyane Maria Conceição é dona de casa, tem 49 anos, e, assim como as demais, antes de recorrer ao Opera Sergipe passou pela urgência de um hospital. Diagnosticada com mioma (tumores uterinos benignos), além das dores, ela disse que convivia com hemorragia constante. “Foi durante uma transfusão de sangue no Hospital Senhor dos Passos, de São Cristóvão, que conheci uma paciente que falou do Opera. Eu estava anêmica por causa da hemorragia. Assim que soube, fiz o meu cadastro e me operei dia 6 de março“, relatou.
Dona Jacyane, como prefere ser chamada, é mãe de quatro filhos e, por meio do Opera, descobriu que precisava também operar o ovário e o apêndice. “Fiz o exame de lâmina dia 28 de fevereiro e uma semana depois que entreguei o resultado me ligaram marcando a cirurgia. Só tenho a agradecer, porque eu estava sentindo muita dor, além da hemorragia”, declarou a dona de casa, que operou no Hospital Senhor dos Passos, em São Cristóvão.
Segunda etapa
Na primeira etapa, o Opera Sergipe disponibiliza 15 tipos diferentes de cirurgias eletivas de média complexidade. O lançamento da segunda etapa está previsto para o mês de abril e deve contemplar os procedimentos de alta complexidade, que, para serem executados, devem contar com hospitais habilitados e equipados com Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Por este motivo estamos em análise da capacidade dos hospitais prestadores. Além disso, estamos definindo de acordo com as filas pendentes”, informou Cláudia, acrescentando que para a segunda fase do Opera estão em análise as cirurgias ortopédicas, do trato gastrointestinal, mamária, prótese, reconstrução, retirada de nódulo benigno, bariátrica, urológica e intestinal.
Atualmente, o programa conta com o Hospital Amparo de Maria (Estância), Hospital Nossa Senhora da Conceição (Lagarto), Hospital Nosso Senhor dos Passos (São Cristóvão) e Hospital Santa Isabel (Aracaju) como prestadores cadastrados. As cirurgias da primeira fase são histerectomia total, histerectomia com anexectomia, colecistectomia, postectomia, histerectomia (por via vaginal), correção cirúrgica de hidrocele, hernioplastia incisional, hernioplastia umbilical, hemorroidectomia, laqueadura tubária, colpoperioneoplastia anterior e posterior, hernioplastia epigástrica, hernioplastia inguinal bilateral, hernioplastia inguinal/crural (unilateral) e hernioplastia recidivante.
Ao todo, serão investidos mais de R$ 56 milhões no programa, para a realização de mais de dez mil cirurgias. “O Opera Sergipe é o maior programa de cirurgias eletivas de redução de filas do Brasil. No mesmo dia de seu lançamento já foram iniciados os procedimentos”, destacou a coordenadora do programa.
Como fazer
Para ser atendido pelo Opera Sergipe, o paciente deve fazer o cadastro em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou em um dos hospitais credenciados do programa, ir à consulta e, a partir da necessidade do diagnóstico médico, sua cirurgia será agendada pelo hospital.
É possível acompanhar todo o processo pelo site ou pelo aplicativo Opera Sergipe, disponível nos sistemas IOS e Android. Após o cadastro concluído, o paciente será submetido ao procedimento em até 60 dias, a partir da data de inserção no cadastro do programa.
Fonte: Agência Sergipe de Notícias
Foto: Arthuro Paganini