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Os incentivos fiscais e problemas da indústria automotiva

Artigo escrito pelo jornalista e cientista econômico Márcio Rocha sobre a política do carro popular

Márcio Rocha [*]

A indústria automotiva brasileira tem sido, ao longo das últimas décadas, muito dependente de incentivos fiscais para manter suas atividades. Esse modelo de incentivos, no entanto, tem gerado sérios problemas para o setor e para a economia do país como um todo.

Uma das principais consequências dos incentivos fiscais é que as montadoras se acostumaram com essa ajuda e, hoje, chegam a ameaçar fechar fábricas caso os incentivos sejam cortados. Isso é uma ameaça que vem sendo feita já há 66 anos e que pode trazer prejuízos para toda a economia do país.

Além disso, os carros populares brasileiros têm dobrado de preço nos últimos anos, o que tem deixado os consumidores insatisfeitos. Para completar, a qualidade dos veículos nacionais fica devendo muito diante dos importados, o que também é algo muito preocupante.

O protecionismo para a indústria automotiva brasileira é outro ponto que prejudica bastante a competitividade do mercado. As montadoras brasileiras recebem muitos benefícios fiscais e protecionismo, o que acaba afastando a concorrência estrangeira e limitando o desenvolvimento do setor.

É importante destacar que, apesar desses problemas, o lucro das montadoras no Brasil é de cerca de 10%, o maior do mundo. Esse lucro elevado vem justamente dos incentivos fiscais e protecionismo que a indústria automotiva recebe.

A carga tributária média dos veículos no Brasil também é muito alta, chegando a 44%, o que é a maior do mundo. Isso é o dobro do segundo país, que é a Itália. Esse nível de tributação aliado aos benefícios fiscais e protecionismo concedidos à indústria automotiva cria uma distorção que prejudica a competitividade do setor e encarece os veículos para o consumidor final.

Em resumo, a dependência dos incentivos fiscais para a indústria automotiva brasileira tem gerado problemas para o setor e para a economia do país como um todo. É preciso repensar esse modelo e buscar soluções que possam garantir o desenvolvimento do setor de forma sustentável e competitiva.

[*] é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa

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