Polícia Civil prende grupo que causou prejuízo milionário a mais de 200 correntistas do Banese

Desenvolvedor de sites e links maliciosos e demais integrantes da organização tinham base em SP e SE

O Departamento de Crimes contra o Patrimônio (Depatri) e a Divisão de Inteligência (Dipol), da Polícia Civil de Sergipe, com apoio da Polícia Civil de São Paulo, deflagraram operação nesta quarta-feira, 22, para desarticular uma organização criminosa que lesou mais de 200 correntistas do Banese, causando um prejuízo de mais de R$ 10 milhões. A investigação iniciou-se em janeiro de 2022. A operação cumpriu 18 mandados, dos quais seis foram de prisão e 12 de busca e apreensão.

A ação policial aconteceu nas cidades de Carmópolis (SE), Praia Grande (SP), Jacupiranga (SP) e Guarulhos (SP). Em São Paulo, a operação contou com o apoio da Deinter 6 e da Divisão de Roubo a Bancos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), Núcleo de Roubo de Cargas da Seccional de Guarulhos e Grupo de operações Especiais (GOE) de Guarulhos e Santos. Em Sergipe, a ação policial também contou com o apoio da Delegacia de Rosário do Catete e da Divisão de Inteligência (Dipol). 

O cérebro criativo da organização é um hacker paulista que criou sistemas maliciosos que facilitam o a obtenção de dados dos clientes. O hacker desenvolvia sites e links maliciosos. É por meio desses dados conseguidos das vítimas que os estelionatários causam verdadeiros rombos financeiros. A operação Falsa Central diz respeito apenas a vítimas que são correntistas de uma instituição bancária, mas há fortes indícios de que eles lesaram clientes de outros bancos em várias partes do país.

O delegado André Baronto, diretor do Depatri e que foi a São Paulo coordenar a operação, destacou que a ação policial foi iniciada pela DRCC, vinculada ao Departamento de Crimes Contra o Patrimônio. “É uma operação que visava desarticular esse grupo criminoso que atuava com fraudes eletrônicas e estelionato. Apreendemos diversos itens que serão levados para Sergipe, onde a investigação irá prosseguir”, mencionou. 

De acordo com a delegada Maria Pureza, que coordena a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), unidade vinculada ao Depatri, o hacker criou uma espécie de sistema com links e páginas de internet maliciosas, além de central de atendimento que simula a do banco ao qual a vítima é cliente. “Antes de entrarem em contato com as vítimas, eles fazem uma engenharia social, ou seja, estudam toda a vida da pessoa e já entram em contato de posse de informações pessoais que levam a vítima a acreditar que está falando com o atendente de seu banco”, disse.

Segundo o apurado, os investigados fazem uso de engenharia social sofisticada, mediante o envio de mensagem SMS, uso do aplicativo WhatsApp e de ligações telefônicas.  Os golpistas informam ao correntista do banco de que foi efetuada transação em sua conta, a exemplo de empréstimo e PIX, indicando números de falsas centrais de autoatendimento ou links maliciosos para contato com o objetivo de bloqueio da transação não reconhecida.

Toda essa artimanha cria pânico e causa instabilidade emocional na vítima que passa a fornecer tudo que o suposto atendente pede. A delegada diz que todo esse cenário tem o único objetivo de conseguir a senha dos clientes. “Quando se dá conta, a vítima tem todo o seu saldo bancário desviado e vários empréstimos realizados”, acrescentou.

A investigação mostrou que a quadrilha era extremamente profissional e o hacker, inclusive, alugava ou vendia seu serviço criminoso para outros golpistas. 

Fonte e foto: SSP/SE

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