A deputada estadual Linda Brasil (Psol), que foi ameaçada de morte e pressionada a deixar o cargo, esteve na tarde desta terça-feira, 4, sede da Polícia Federal em Sergipe para oficializar a denúncia acerca das ameaças que recebeu. O caso também foi registrado na Polícia Civil, mas a partir de agora, o crime será investido pela PF.
De acordo com a assessoria parlamentar, as ameaças foram enviadas por e-mail e continham ataques transfóbicos e discurso de ódio, assim como, exigiam que a deputada renunciasse ao cargo. A parlamentar solicitou uma investigação rigorosa para identificar os responsáveis.
“Já havíamos comunicado à PF sobre as ameaças, mas seguimos a recomendação de voltarmos para oficializar a denúncia. Havia sido aberto um inquérito na Polícia Civil, mas o que ficou acordado é que, a partir de agora, a Polícia Federal passa a conduzir as investigações por se tratar de um caso similar a outros ocorridos contra parlamentares mulheres LGBTQIA+ e defensoras dos direitos humanos. Reforcei a necessidade que a investigação seja rigorosa, porque além de ameaça a mim, a outras deputadas e deputados, a assessores, é um ataque direito à democracia, já que eles exigem que eu deixe o meu cargo e pressionam outras parlamentares para que eu entregue um cargo confiado pelo voto, democraticamente, através de processo de escolha. Confio na Polícia Federal. Tenho certeza que logo teremos respostas efetivar sobre esse criminoso, ou esse grupo de criminosos que atuam em várias partes do Brasil”, disse Linda.
Linda Brasil caracteriza o ataque como uma violência política de gênero e cobrou mais segurança para as mulheres parlamentares e defensoras dos direitos humanos. “Percebemos que eles enviaram o mesmo e-mail direcionado a mim, apenas mudando o direcionamento do envio para outras parlamentares, inclusive, proferindo palavras baixo calão e até também as ameaçando caso elas não me pressionem a deixar o meu cargo. Mais um caso de violência de gênero na política que devemos repudiar e enfrentar. Quero registrar que temos recebido todo o suporte necessário da Presidência da Alese, do Gabinete de Segurança Institucional”, finalizou Linda.
As deputadas Lidiane Lucena (Republicanos), Carminha Paiva (Republicanos) e Áurea Ribeiro (Republicanos) também compareceram à Polícia Federal para depor.
Entenda o caso
A deputada estadual Linda Brasil denunciou, na última quinta-feira, 29, que foi ameaçada de morte e pressionada a deixar o cargo. Ela divulgou um vídeo nas redes sociais, no qual informou que recebeu um e-mail contendo ataques transfóbicos e discurso de ódio no Dia do Orgulho LGBTQIA+, comemorado na última quarta-feira, 28 de junho.
No mesmo dia do recebimento do e-mail, Linda registrou um Boletim de Ocorrência no Centro de Operações Especiais (Cope) e comunicou o caso à Polícia Federal.
O governador Fábio Mitidieri e o presidente da Alese, Jeferson Andrade, foram algumas das autoridades que prestam apoio público à deputada estadual.
Fonte: Infonet
Foto: Joel Luiz/Alese