Desta vez, o site O Caju bateu um papo com um jovem Silberlan Jr. Ele tem 28 anos e é lá de Riachuelo. Cristão, casado, e o caçula dos filhos de Silberlan, um cobrador de ônibus aposentado, e Marilene, uma dona do lar. Com diploma em fisioterapia pela Universidade Federal de Sergipe e estudante de Gestão Pública na Fundação Getúlio Vargas, Silberlan Jr. atua como assessor parlamentar, com foco em orçamento público. Ele se considera do time dos que nunca param de aprender e dos esperançosos realistas.
Confira a entrevista completa e o olhar que Silberlan Jr. possui do cenário político de Riachuelo.
O Caju – Pretende se candidatar em Riachuelo este ano?
Silberlan Jr. – Sim, sou pré-candidato a vereador. Inicialmente, discuti essa possibilidade com familiares e amigos e tenho recebido um retorno muito positivo. Venho amadurecendo essa ideia há alguns anos e estou confiante de que é o momento de me colocar à disposição.
O Caju – Acha que estar morando em outra cidade pode afetar a sua pré-candidatura?
Silberlan Jr. – Não creio. Há quase 4 anos mudei de Riachuelo para Aracaju por circunstâncias da vida. Obtive meu diploma em fisioterapia no final de 2019 e, embora houvesse vaga de trabalho na minha cidade, as portas estavam fechadas para mim. Comecei a exercer minha profissão realizando atendimentos em domicílio. Com a chegada da pandemia de COVID-19, passei a trabalhar no Hospital de Campanha Dr. Cleovansóstenes e em um hospital privado de Aracaju, onde minha esposa, também profissional de saúde, já atuava. Foi um período desafiador, porém repleto de aprendizados. Posteriormente, fui honrosamente convidado pelo Senador Alessandro Vieira para integrar sua equipe. Por sempre ter apreciado a política e ter sido um apoiador voluntário do Senador, aceitei o convite sem hesitar. Foi nesse contexto que me vi residindo em Aracaju, embora permaneça ativo em Riachuelo e planejo aumentar minha presença.
O Caju – Quando foi que seu interesse pela política começou?
Silberlan Jr. – Desde muito jovem tive a consciência de que não há caminho fora da política para transformar a sociedade. Se pararmos para pensar, as soluções dos problemas socioeconômicos são administradas pelos políticos. Portanto, em uma analogia simples, a política é o transporte, o político é o piloto e os cidadãos são os passageiros. Obtive meu título de eleitor aos 16 anos e aos 17 participei ativamente das eleições municipais de 2012. Naquela época, apoiei as candidaturas de Sostinho para prefeito e da professora Inês para vice-prefeita, representantes da renovação. Embora não tenhamos vencido a eleição, conseguimos transmitir nossa mensagem e fomos bem votados, uma experiência única.
O Caju – O que você já fez pela coletividade da sua cidade?
Silberlan Jr. – Em 2017, fundei o “Grupo de Acompanhamento do Legislativo” para aumentar a transparência do trabalho dos vereadores perante os cidadãos. Fiquei incomodado com a falta de transmissão ao vivo das sessões da Câmara de Vereadores em pleno século XXI, algo que considerava essencial. Queria que o cidadão tivesse facilidade para acompanhar as sessões plenárias e avaliar melhor o trabalho dos seus representantes. Por isso, decidi eu mesmo realizar as transmissões pelo Facebook, usando apenas o meu celular e um tripé. Somente em 2020, a Câmara implementou seu próprio sistema de transmissão, embora não tão rapidamente quanto eu esperava. Entre 2018 e 2020, desempenhei o papel não remunerado de controle social na área da saúde do município como titular do Conselho Municipal de Saúde, tendo sido presidente do colegiado por quase 2 anos. Posso dizer com humildade que minha gestão foi um dos períodos mais produtivos do Conselho. Mais recentemente, tenho trabalhado na obtenção de recursos para o município por meio do mandato do Senador Alessandro Vieira. Isso demonstra que, de uma forma ou de outra, tenho contribuído com minha cidade.
O Caju – Se você tivesse que destacar apenas três áreas de atuação, quais seriam e por quê?
Silberlan Jr. – Para mim, as três áreas mais importantes são a educação, o combate à desigualdade social e a juventude. Esses temas estão interligados e são fundamentais para o progresso da sociedade. A educação é a chave, pois sem ela não há possibilidade de mudança. Minha vida é um testemunho do impacto transformador da educação. Portanto, é crucial lutar por um ensino público de qualidade. Combater a desigualdade significa assegurar que todos os cidadãos tenham, no mínimo, o essencial para viver e se desenvolver, como ter acesso à comida, à água, à moradia, à educação, à saúde, à segurança e ao emprego. É inaceitável que ainda exista uma desigualdade tão marcante nos dias atuais. Por fim, sou jovem e vejo a juventude como o presente e o futuro de nossa cidade. Por isso, é crucial investir nesse grupo tão significativo, proporcionando um ambiente que promova o crescimento pessoal e profissional.
O Caju – Em qual agrupamento político você está inserido?
Silberlan Jr. – Estou no agrupamento político liderado pelo Senador Alessandro Vieira (MDB) e o prefeito Petinho (MDB).
O Caju – Há quem diga que você é uma opção para vice-prefeito. O que tem a dizer sobre isso?
Silberlan Jr. – Apesar de entender a relevância do cargo, estou concentrado na minha pré-candidatura a vereador. O cargo de vice é uma definição que passa pelo prefeito juntamente com o grupo e deve ser resolvida em breve.
O Caju – Quais atributos você acha essenciais para um vice-prefeito?
Silberlan Jr. – Acredito que o vice ideal deve combinar competência técnica e capital político. Na minha visão, o vice deve cultivar uma relação de confiança com o prefeito e assumir a responsabilidade de uma secretaria municipal, pois é essencial que corresponda à confiança da população e ao salário elevado por meio de um desempenho exemplar.
O Caju – Você acredita que é viável praticar política de maneira honesta?
Silberlan Jr. – Sim! A verdadeira política, em sua essência, deve ser conduzida com honestidade. Se não for assim, já não é política, mas sim politicagem. Existem numerosos exemplos de políticos íntegros em todos os lugares. O que necessitamos é que essa realidade se torne a norma. Isso passa principalmente pelas mãos dos eleitores, que têm a oportunidade de mudar os políticos a cada dois anos. No entanto, é importante destacar que a corrupção na política brasileira não surgiu recentemente e infelizmente não será eliminada rapidamente, mas acredito que à medida que a educação progride e a democracia se fortalece, a sociedade e os políticos alcançarão níveis muito melhores de integridade. Sou um realista esperançoso.