Considerado um câncer silencioso, o câncer de colorreral é o segundo tipo de câncer que mais mata no mundo com mais de um milhão de óbitos anualmente, segundo a Organização Mundial da Saúde. No Brasil, a estimativa do Instituto Nacional do Câncer aponta que o câncer colorretal é o terceiro mais incidente na população brasileira, sendo previstos para este ano mais de 45 mil novos casos. Desses, 420 devem ser diagnosticados em Sergipe.
O médico radio-oncologista Dauler de Souza, que integra o corpo clínico da Oncoradium-Centro Oncológico de Aracaju, explica que o câncer colorretal se desenvolve a partir de alterações genéticas que ocorrem em células do intestino.
“O tipo mais comum de tumor colorretal é o adenocarcinoma, que se origina a partir de células que revestem o revestimento interno do intestino. Estas células podem sofrer alterações genéticas e se transformarem em células malignas”, disse.
O câncer colorretal muitas vezes cresce silenciosamente e de forma assintomática. Por isso, muitos casos em estágio inicial são encontrados de forma ocasional, após exames de rotina.
“O câncer colorretal é considerado um câncer silencioso, pois nos estágios iniciais não apresenta sintomas. No entanto, nos estágios avançados, os sintomas podem incluir sangramento retal, alterações na consistência das fezes, dor abdominal ou emagrecimento”, alertou.
Segundo o especialista, é possível traçar um perfil do paciente desse tipo de câncer, que afeta principalmente pessoas adultas, sendo raro em crianças. “Esse paciente costuma ter mais de 50 anos e possuir fatores de risco como histórico familiar, obesidade e tabagismo. O câncer de colorreral também é mais comum em homens do que em mulheres, com uma relação de 1,5 para 1”, destacou Dauler de Souza.
Diagnóstico e tratamento
De acordo com o radio-oncologista, o diagnóstico do câncer de colorretal é feito com exames de sangue, colonoscopia com biópsia e tomografia computadorizada. “A colonoscopia é o exame mais eficaz para diagnosticar o câncer colorretal, mas não é a única forma de detectar a doença”, pontuou.
A recomendação do Ministério da Saúde é que o rastreamento do câncer colorretal, incluindo exames de pesquisa de sangue em fezes e colonoscopia, seja feito em pessoas entre 50 e 75 anos. Já a Sociedade Americana de Oncologia recomenda que a primeira colonoscopia seja feita aos 45 anos. A partir do resultado do primeiro exame, é definido se o acompanhamento precisa ser anual ou se o exame pode ser repetido após alguns anos.
Sobre o tratamento, Dauler de Souza destaca que esse tipo da doença é tratável e na maioria dos casos é curável, desde que seja detectado precocemente. “O tratamento do câncer colorretal varia de acordo com o estágio da doença, mas pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou terapia-alvo”, detalhou.
Prevenção
“A principal forma de prevenção do câncer colorretal é realizar exames de rotina, como a colonoscopia, para detectar precocemente possíveis alterações no revestimento do intestino. Além disso, recomenda-se realizar exames de rotina, além de seguir um estilo de vida saudável, como praticar atividade física, ter uma alimentação balanceada e manter o peso saudável”, orienta Dauler de Souza.
Ainda segundo o médico, embora alguns estudos relacionem o câncer colorretal à má alimentação, como a ingestão de gorduras saturadas e processados, ainda não há evidências conclusivas sobre isso. Mas manter hábitos saudáveis podem contribuir para a prevenção da doença.
“Mudanças nos hábitos, como ter uma alimentação saudável, evitar o consumo de álcool e fumar, e praticar atividade física regularmente, podem reduzir o risco de ter câncer colorretal”, conclui.