Por Uilliam Pinheiro
Em conversa com o site O Caju Notícias neste sábado (31), o deputado federal Thiago de Joaldo comentou sobre as especulações envolvendo seu nome para uma possível candidatura ao Governo de Sergipe em 2026. A possibilidade ganhou força após uma proposta apresentada em diálogo com o presidente da Emsurb, Hugo Esoj, e divulgada pelo site Política de Fato. Apesar de reconhecer que votou no atual governador, Fábio Mitidieri, Thiago não descarta disputar o cargo político de maior envergadura do Estado.
“Votei em Fábio no primeiro e no segundo turnos”, afirmou, ao ser questionado sobre sua posição em relação ao governo. No entanto, ponderou: “Dedico o meu melhor para fazer valer os votos que tive para estar deputado federal por Sergipe e tenho trabalhado para colocar meu nome à disposição do povo sergipano novamente, em 2026. O plano A é consultar a população sobre ser reconduzido à Câmara Federal. Mas não me furtarei de qualquer desafio, desde que: 1) esteja embasado em pilares de sustentação de um bom agrupamento; e 2) que seja algo desejado por parte da sociedade.”

Durante a conversa, foi abordada também a possibilidade de permanência de Thiago na Federação União Progressista, composta pelo PP e União Brasil, sob a liderança de André Moura, mesmo após sua desfiliação do PP, motivada por divergências com o senador Laércio Oliveira. Thiago revelou que ainda avalia as opções partidárias.
“Pode ser que considere o União como alternativa de ser meu novo partido, sim. Assim como estou considerando outros convites que recebi, como do Republicanos, do MDB, do PL, do PSDB, do Solidariedade, do Podemos, do Avante. Só não quero mais estar no mesmo partido que Laércio, nem me filiar a partidos com vieses de esquerda — com todo respeito a cada um deles”, declarou.
Em tom crítico, Thiago acusou o secretário de Estado da Saúde, Cláudio Mitidieri, de utilizar a estrutura da pasta para fins eleitorais. Segundo ele, a saúde pública está sendo instrumentalizada para viabilizar uma candidatura.
“Basta andar no interior e na capital e saber como tem sido a construção da pré-candidatura do ora secretário de Saúde. Toda a estrutura da saúde está a serviço de seu projeto político-eleitoral, colocando a qualidade e a quantidade de serviços em saúde ofertados para a população sergipana em terceiro plano”, denunciou o parlamentar. Ele ainda criticou o atendimento público: “A maioria da população de nosso estado não consegue um mínimo de respeito nos atendimentos do sistema de saúde do estado, se não tiver acesso ao secretário ou aos seus aliados. O que deveria ser direito dos pagadores de impostos de Sergipe tem sido tratado como um favor, cuja contrapartida esperada é receber o seu voto na próxima eleição.”
Segundo Thiago, a situação é grave e coloca em risco a vida dos sergipanos: “Se assim não o fizer, você ou um ente querido seu correm o sério risco de entrar doente e sair num caixão. E nem vou falar da oferta aberta de cargos da saúde em troca de apoios políticos.”

Outro ponto abordado pelo deputado foi a polêmica sobre os radares nas rodovias sergipanas. Thiago viralizou nas redes sociais ao criticar a instalação de equipamentos eletrônicos de fiscalização, denunciando o que chamou de “indústria de multas”.
“Não tenho a menor dúvida! Nas rodovias federais, as fiscalizações móveis são feitas, na esmagadora maioria das vezes, descumprindo as determinações das resoluções do CONTRAN, num claro objetivo de fazer flagrantes irregulares, servindo para aumentar a arrecadação da máquina federal”, criticou, defendendo uma fiscalização responsável: “É preciso fiscalizar as rodovias, reduzir acidentes e, consequentemente, mortes, mas dentro da lei, da mesma forma que se cobra dos motoristas. A lei é também para o governo, não apenas para os cidadãos cumprirem.”
Sobre as rodovias estaduais, Thiago apontou que o governo tem proibido a instalação de quebra-molas, optando exclusivamente por radares eletrônicos. “Por que será? Pouca gente consegue sair de casa, transitar nas rodovias de Sergipe e retornar sem uma multa de presente”, ironizou.
Ele também fez duras críticas à infraestrutura viária: “As falhas nas estradas são muitas: sinalizações irregulares, mato impedindo a visibilidade das placas, falhas nas distâncias mínimas exigidas entre as placas, tamanhos de placas menores que os exigidos pelas normas de trânsito. Inúmeras são as irregularidades. Mas a fábrica de multas segue a todo vapor, metendo a mão no bolso dos sergipanos, principalmente do interior do estado.”