Por Uilliam Pinheiro
Valmir de Francisquinho (PL), prefeito de Itabaiana, conhecido popularmente como “Pato”, tem aberto o bico e atirado pra cima de seus aliados para todos os lados. Se de forma proposital ou no calor das emoções, não sabemos. Suas declarações a cada entrevista, ele não apenas se esquiva de responsabilidades como também acerta em cheio aqueles que estiveram ou estão ao seu lado.
O episódio da recuperação de sua elegibilidade, após o primeiro turno das eleições de 2022, é um exemplo emblemático. A reviravolta no processo que o tornou apto novamente para disputar eleições ainda carece de explicações claras. Valmir, em entrevista ao jornalista Narcizo Machado, da Fan FM, insinuou que o senador Rogério Carvalho, do PT, teria exercido uma certa influência no Judiciário para ajudá-lo. Essa fala trazido a público, colocou o senador petista numa situação delicada, entretanto Francisquinho não mediu as consequências que sua fala traria ao seu aliado.
O gesto de apoio de Valmir a Rogério no segundo turno de 2022, ao qual ele revelou que se tratava de um acordo com o petista para ele ajudar na reversão de sua inelegibilidade, soou como uma “facada” nas costas na base bolsonarista que, até então, acreditava que o prefeito de Itabaiana estaria alinhada com Bolsonaro e contra o PT.
Mas o Pato não parou por aí. No início deste mês, ele voltou a mirar dentro do próprio ninho ao criticar o ex-prefeito de Itabaiana, Adailton Sousa, seu fiel aliado. Adailton, que havia abdicado de tentar a reeleição para abrir caminho para Valmir, foi publicamente acusado de ter deixado a prefeitura endividada. A crítica, além de soar ingrata, não pegou bem dado a todos os gestos que Adailton fez a Valmir.
E como se não bastassem essas rusgas, Valmir deu outra demonstração de seu talento para “queimar” aliados durante uma entrevista à TV Atalaia com Fábio Henrique, nesta segunda-feira (20). Dessa vez, a “batata quente” foi parar nas mãos de Edvan Amorim, presidente estadual do PL. Segundo Valmir, Edvan seria o culpado por não ter promovido a substituição de seu nome nas eleições de 2022, quando sua inelegibilidade se tornou clara. A troca, que muitos dizem ter sido vetada pelo próprio Valmir, poderia ter garantido a ida de Emília Corrêa ao segundo turno e até aumentado as chances de Sergipe ter uma governadora. No entanto, ao invés de assumir qualquer parcela de responsabilidade, Valmir preferiu jogar a culpa em Edvan.
Se o “Pato” não aprender a fechar o bico, pode acabar sozinho no lago da política sergipana. Afinal, por mais barulho que uma ave faça, aliados queimados dificilmente voltam ao ninho.