Por Márcio Rocha [*]
Investir é uma atividade que exige um equilíbrio delicado entre riscos e recompensas. Embora muitos de nós busquem retornos significativos em nossos investimentos, é fundamental lembrar que a pressa em alcançar riqueza pode, por vezes, nos levar a situações desastrosas. Um dos erros mais comuns que os investidores cometem é alocar recursos em empresas duvidosas, suspeitas, que não possuem regulamentação do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Para ilustrar o perigo dessa abordagem, vamos descomplicar a economia fazendo uma analogia simples: investir em tais empresas é como saltar em uma piscina antes de saber se há água.
Imagine a seguinte situação: você está diante de uma piscina e alguém lhe diz que há água nela. No entanto, não há maneira de verificar isso. A tentação de pular na esperança de um refrescante mergulho é grande, afinal, a perspectiva de diversão é tentadora. Mas, se a piscina estiver vazia, o resultado é desastroso. Investir em empresas sem regulamentação é uma aposta similar. Você está ansioso para colher os frutos de um investimento lucrativo, mas a falta de regulamentação e transparência cria uma situação em que você está pulando no escuro, sem saber se há algo para amortecer sua queda financeira.
Investir em empresas sem regulamentação do Banco Central e da CVM traz uma série de riscos significativos. Primeiramente, essas empresas podem estar operando de forma ilegal, o que já é um sinal de alerta. A ausência de regulamentação torna difícil avaliar a saúde financeira e a legitimidade da empresa. Elas podem prometer retornos altos e garantidos, mas na realidade, essas promessas muitas vezes se baseiam em esquemas de pirâmides financeiras.
As pirâmides financeiras são talvez os exemplos mais trágicos de investimentos duvidosos. Estes esquemas operam de maneira insustentável, prometendo retornos elevados aos investidores iniciais, mas dependendo do recrutamento constante de novos participantes para pagar os antigos. Quando o recrutamento para, ou quando a bolha estoura, aqueles que estão na base da pirâmide perdem tudo.
Um exemplo notório disso é o caso da empresa TelexFree, que operou um esquema de pirâmide financeira sob o disfarce de uma empresa de telecomunicações. Muitos investidores, atraídos pelos retornos prometidos, perderam suas economias inteiras quando a fraude foi finalmente exposta.
Outro caso é o da MMM Brasil, que prometia retornos absurdamente altos e afirmava ser um sistema de ajuda mútua. Quando o sistema entrou em colapso, milhares de investidores ficaram com perdas substanciais.
O meu papel, enquanto economista, é proteger o consumidor. Investir em empresas duvidosas e sem regulamentação do Banco Central e CVM é uma jogada arriscada que se assemelha a pular em uma piscina sem saber se há água. Os casos de pirâmides financeiras que estouraram no Brasil e em todo o mundo servem como um lembrete sombrio de que o dinheiro investido em empresas suspeitas muitas vezes desaparece sem aviso prévio. Para proteger suas economias e investir de forma responsável, é essencial realizar uma devida diligência, verificar a regulamentação das empresas e buscar orientação de profissionais financeiros confiáveis. O investimento consciente é a chave para evitar o pesadelo financeiro das pirâmides e garantir que seus recursos sejam alocados de maneira segura e sustentável.
[*] é jornalista formado pela UNIT, radialista formado pela UFS e economista formado pela Estácio, especialista em jornalismo econômico e empresarial, especialista em Empreendedorismo pela Universitat de Barcelona, MBA em Assessoria Executiva pela Uninter, com experiência de 23 anos na comunicação sergipana, em rádio, impresso, televisão, online e assessoria de imprensa