Em entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta (05) que derrotará Jair Bolsonaro (PL) novamente caso o ex-presidente tente retornar ao Planalto em 2026. A declaração acende o debate sobre o futuro político de Bolsonaro, atualmente inelegível após condenação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar desinformação eleitoral.
“Se a Justiça entender que ele pode concorrer, vai concorrer. Mas, se for comigo, vai perder outra vez”, disse Lula, em tom desafiador. A declaração também confirma que o presidente está disposto a buscar a reeleição e o quarto mandato.
Lula reforçou sua posição contra anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. Citando investigações que apontam um suposto plano para assassiná-lo, o presidente foi taxativo:
“Quem articulou a morte do presidente, do vice e do ministro do TSE não merece absolvição”.
A fala reforça a polarização que persiste no cenário político, mesmo após dois anos das eleições mais acirradas da história recente.
Enquanto mira Bolsonaro, Lula enfrenta desgate em sua imagem e aumento de reprovação em seu governo.
Dados da pesquisa Quaest/Genial mostram que a reprovação ao governo superou a aprovação pela primeira vez: 49% contra 47%. Entre os motivos estão alta dos alimentos e crise do Pix.
Para reverter o cenário, o Palácio do Planalto trocou o comando da Secom. Sidônio Palmeira, novo secretário, promete combater fake news e ampliar a comunicação nas redes.
O desafio é claro: unir o discurso de enfrentamento ao bolsonarismo com a gestão de um Congresso fragmentado e uma população cansada de crises. A resposta virá nas urnas.
Dito isso, a declaração de Lula —“Vai perder outra vez”— reflete mais que uma provocação. É um recado à oposição e aos aliados: mesmo com dificuldades, ele se vê como protagonista em 2026. Enquanto isso, o governo corre contra o tempo para reconquistar apoio popular e estabilizar alianças. O próximo capítulo dessa história depende de como o Planalto equilibrará retórica e ação.
Fonte: Blog do Esmael
Foto: Renato Gizzi/Agência O Dia / Estadão